A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e a Diputación Provincial de Huelva (Espanha) estão a identificar projetos de cooperação transfronteiriços que possam concorrer a fundos do Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020, disse ontem o presidente da AMAL.
Jorge Botelho afirmou à agência Lusa que se reuniu na terça-feira com o presidente da Diputación de Huelva, Ignácio Caraballo Romero, e no encontro foi “já possível identificar projetos comuns a desenvolver nas áreas da mobilidade ou do turismo, com a criação de percursos turísticos conjuntos às duas regiões”.
A AMAL representa os 16 municípios do Algarve e a Diputación Provincial de Huelva, que pertence à região autónoma espanhola da Andaluzia, conta com 11 municípios, mas as duas áreas geográficas têm aproximadamente a mesma população (meio milhão de habitantes), característica que, com a proximidade territorial, cria uma base comum para a cooperação transfronteiriça, segundo o também presidente da Câmara de Tavira.
“Começámos a trabalhar para uma cooperação na área da mobilidade, dos circuitos turísticos, da movimentação das pessoas, criando uma complementaridade para definirmos rotas turísticas, rotas ambientais e fomentarmos a mobilidade turística entre as duas regiões”, anunciou.
O acordo celebrado entre a AMAL e a Diputación de Huelva vai permitir aos municípios um maior recurso a fundos comunitários, ao alargar também as possibilidades de candidaturas a verbas destinadas à cooperação transfronteiriça, frisou Jorge Botelho.
“A União Europeia fomenta, além da questão dos plurifundos, os projetos transnacionais, que envolvam mais do que um país, por isso não podemos ficar só na lógica dos fundos regionais, dos fundos de coesão e dos Programas Operacionais temáticos. E a AMAL está neste momento a desenvolver trabalho para aprofundar projetos comuns com outras comunidades e outras regiões, neste caso transfronteiriças”, argumentou.
Jorge Botelho observou que “as parcerias entre os países estarão especialmente valorizadas” no próximo Quadro Comunitário de Apoio e que a cooperação transfronteiriça permite haver “mais recursos e mais candidaturas para alargar o âmbito de financiamento das próprias autarquias locais”.
As equipas técnicas das duas instituições vão também “trabalhar na área económica, do empreendedorismo, para fomentar os negócios entre as empresas das duas regiões e criar postos de trabalho”, disse ainda o autarca.
Para isso é necessário, segundo Jorge Botelho, “montar projetos conjuntos”, neste caso com a Província de Huelva, “mas futuramente com outras entidades que queiram colaborar com a região do Algarve”.