© Samuel Mendonça
© Samuel Mendonça

O Fundo Social da Diocese do Algarve que, desde 2009, tem vindo a apoiar as vítimas da crise – “dando prioridade às situações de carência mais grave”, concretamente junto da “população desempregada” –, esgotou em dezembro de 2013.

Para conseguir continuar a apoiar aquelas pessoas durante este ano, a Igreja algarvia teve de recorrer ao Fundo Social Solidário da Conferência Episcopal Portuguesa que disponibilizou mensalmente até outubro 3.157 euros, num total de 31.570 euros.

Carlos Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana do Algarve e membro da equipa de gestão do Fundo Social da diocese algarvia, explica ao Folha do Domingo que este já não está descapitalizado. “Fomos criando uma almofada que nos permitirá, muito em breve, fazer a aplicação das verbas recolhidas e que, entretanto, foram chegando”, refere.

Recorde-se o financiamento do Fundo Diocesano Social é proveniente da renúncia quaresmal anual dos católicos algarvios e de donativos particulares. O apoio é decidido por uma equipa de gestão que analisa caso a caso, segundo o relatório elaborado por técnicos credenciados. Uma das condições impostas para receber a ajuda, subjacente ao próprio regulamento do Fundo Diocesano Social, é que se verifique a situação de desemprego do beneficiário e, no caso dos casais, que a mesma se verifique pelo menos em relação a um dos seus membros.

Carlos Oliveira explica que alguns pedidos de ajuda estão a aguardar para serem satisfeitos em janeiro. “Sem saber se vamos contar com algum dinheiro, tivemos de atrasar algumas ajudas para janeiro porque, nos meses de novembro e dezembro, o número de pedidos aumentou e não tínhamos verba”, justificou, acrescentando que as solicitações se referem a “propinas de estudantes universitários” e “elevadas de dívidas de rendas de casa alugada”. “Houve um aumento, não em número, mas em valor, o que significa que as pessoas endividaram-se mais e ficaram a dever mais rendas”, sustenta, acrescentando que continua a haver muitos pedidos de ajuda para pagar dívidas de água, eletricidade e gás.

Em 2014, o número de pedidos de ajuda ao Fundo Diocesano Social que não contempla apoios reincidentes, continuou a aumentar, tendo havido mais 68 casos em relação a 2013 que, por sua vez, já tinha tido mais 79 casos relativamente a 2012, o mesmo número que este ano teve em relação a 2011.

O Fundo Social da Igreja Católica algarvia já distribuiu desde 2009, e até dezembro de 2013, cerca de 171 mil euros, sendo que 40 mil euros foram repartidos até 2010 e, desde 2011 até dezembro de 2013, foram atribuídos cerca de 131 mil euros para satisfazer 246 pedidos de ajuda.

Carlos Oliveira explica ainda haver pedidos de ajuda que não são canalizados para o Fundo Diocesano Social. “São valores mais pequenos, por exemplo, para medicação ou receituário de óculos, que a Caritas assume esse pagamento por via dos valores angariados com o peditório público”, esclareceu.

Os donativos para o Fundo Diocesano Social podem ser feitos através do NIB 001800000617213600178.