Fonte da ARH/Algarve esclareceu que os lagos dos campos de golfe estão com níveis mais elevados porque constituem “reservatórios com funcionamento hidráulico independente da lagoa”, enquanto o leito desta ficou mais reduzido com uma abertura no areal que a separa do mar.
A abertura na barreira visa prevenir inundações e constitui um procedimento “normal e frequente nos períodos de inverno com precipitação significativa” como a ocorrida nas últimas semanas.
“A experiência de mais de uma década de acompanhamento da evolução desta lagoa mostra que o encerramento da barra e subsequente aumento do nível da lagoa ocorre duas a três semanas após a abertura da barra”, referiu.
A Lagoa dos Salgados serve de habitat para cerca de 150 espécies de aves, sendo mundialmente reconhecida como local de referência para a sua observação, o que tem merecido inúmeros pedidos de proteção de organizações ambientalistas nacionais e internacionais.
A sua proteção tem vindo a ser cada vez mais reclamada por causa de um projeto turístico localizado nas zonas limítrofes da lagoa e que prevê uma capacidade de alojamento de quatro mil camas, a construção de três hotéis de quatro e cinco estrelas, dois aldeamentos turísticos e um campo de golfe de 18 buracos.
O impacto deste projeto na Lagoa dos Salgados e o reconhecimento legal daquela zona enquanto habitat a preservar tem vindo a ser objeto de comunicações entre o Bloco de Esquerda e o Ministério do Ambiente.
A 08 de outubro, o ministério pediu à Agência Portuguesa de Ambiente um parecer sobre o interesse de alargar a Avaliação de Impacte Ambiental à totalidade do projeto turístico.
Um pedido reforçado hoje pelos grupos parlamentares do CDS-PP e do PSD através de um projeto de resolução enviado ao Governo e divulgado em comunicado.