Apesar dos sinais a indicar o risco de derrocada, os banhistas continuam a utilizar estas praias e a desvalorizar o perigo, sobretudo estrangeiros que se encontram de férias na região, como a agência Lusa constatou no local.
Entre essas pessoas estavam os ingleses Martin e Vera Collins, que falaram na praia do Carvalho e admitiram desconhecer o perigo de derrocada das arribas, mas desvalorizaram o perigo depois de informados.
“Não sabíamos que havia esse risco, mas penso que não há perigo neste momento. A praia é muito bonita e aproveitámos para a conhecer”, disse Martin Collins.
Outro turista ouvido na praia da Marinha foi o alemão Joachim Klein, que disse ter visto os cartazes a indicar o perigo no acesso à praia, mas mostrou-se pouco preocupado com a hipótese de queda de uma arriba e escolheu um local de sombra junto de uma delas para evitar o sol.
“Eu vi o sinal quando estava a chegar, mas não me parece que vá cair nada. Estamos aqui à sombra porque o sol está muito quente. Mas não creio que haja assim um risco tão grande”, afirmou.
Questionado sobre se tinha conhecimento de que, em 2009, cinco pessoas perderam a vida na queda de uma arriba na praia da Maria Luísa, em Albufeira, Joachim Klein mostrou-se surpreendido, mas a informação não o fez mudar de local.
“Não sabia que isso tinha acontecido. Mas isso são coisas que acontecem muito raramente, não?”, questionou, numa forma de se auto tranquilizar.
Mais preocupada estava a portuguesa Diana Soutinho, que disse ter ido visitar a praia do Carvalho sem saber que o areal estava praticamente todo em zona de risco e quando chegou apercebeu-se do perigo pela altura das arribas e pela pouca distância que havia até ao mar.
“Não sabíamos que esta era uma das praias em risco, mas quando aqui chegámos olhamos para as falésias e escolhemos um sítio o mais perto da mar possível para, se acontecesse alguma coisa, estarmos mais protegidas”, afirmou a jovem.
Diana Soutinho frisou que há muitos banhistas a aproveitar a sombra provocada pelas arribas e a colocarem-se nas galerias que a erosão do mar provoca na base, situação que evita por “não estar muito confortável” e “ter algum receio” de derrocada.
“É uma praia muito bonita e é pena estar nesta situação de risco de derrocada, porque as pessoas podiam usufruir mais dela”, lamentou.