Hospital_portimaoA Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve anunciou hoje a abertura de um inquérito para averiguar a morte de uma criança de oito anos, há duas semanas, dias após ter sido atendido no hospital de Portimão.

Paulo Rafael Silaghi deu entrada na urgência pediátrica de Portimão a 19 de outubro, de onde teve alta no próprio dia, mas viria a morrer dias depois num hospital de Lisboa, para onde foi enviado em estado grave após ter sido submetido a uma cirurgia em Faro para retirar o apêndice.

Em comunicado, o novo presidente da ARS/Algarve, que tomou posse na segunda-feira, afirmou que nesse mesmo dia, na sequência da queixa apresentada pela mãe da criança, ordenou a abertura de um processo de inquérito “para avaliar todos os factos e as responsabilidades de atuação dos profissionais que tiveram interferência na situação”.

A administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) já manifestou, através de um comunicado publicado na sua página de Internet, considerar que o comportamento dos vários intervenientes nas duas ocasiões em que a criança acedeu ao hospital foi o “adequado”.

De acordo com o comunicado, no dia em que foi observada na unidade de Portimão, a criança não apresentava febre e estava com “bom estado geral”, tendo tido alta seis horas após a entrada.

Quatro dias depois, a criança voltou ao hospital, referenciada de uma unidade privada onde a mãe recorreu perante o agravamento do seu estado de saúde, tendo nessa ocasião sido possível diagnosticar uma apendicite.

Dada a gravidade do quadro, a criança foi transferida para o hospital de Faro, o “único no Algarve dotado de cuidados intensivos pediátricos”, tendo aí sido submetida a uma apendicectomia (retirada do apêndice).

“Perante a gravidade do caso, com choque refratário a catecolaminas e falência de vários órgãos, foi decidida transferência para Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos com tecnologias de exceção, pelo que o transporte foi conseguido para o Centro Hospitalar Lisboa Norte, onde a criança veio a falecer”, conclui a administração do CHA.

Ainda de acordo com a ARS/Algarve, o processo de inquérito “demorará o tempo necessário para que com ética, cuidado e justiça, se apure a verdade dos factos”.