Na proposta de dois pontos, a AM vai "exigir ao Governo a tomada urgente de medidas que evitem o encerramento do Grupo Alicoop, salvaguardando cerca de 500 postos de trabalho e evitando o grave impacto negativo na economia regional".

"Manifestar aos trabalhadores do Grupo Alicoop a solidariedade da Assembleia Municipal de Lagos pela difícil situação em que se encontram", lê-se no segundo ponto da proposta, divulgada hoje pelo presidente da AM de Lagos, Paulo José Dias Morgado.

A AM considera que os trabalhadores "já suportaram meses de salários em atraso, e foi também com muito atraso que conseguiram receber do Fundo de Garantia Salarial (recurso que terminou em janeiro), mas mantiveram-se nos postos de trabalho, para evitar o encerramento das 87 lojas do grupo".

"No concelho de Lagos já encerraram algumas lojas com o consequente despedimento de trabalhadores, encontrando-se as restantes em risco de encerramento", lamentou o órgão autárquico, que vê "com grande inquietação" a sucessão de reuniões "sem resultados" desde que a administração do grupo de supermercados e venda a retalho resolveu requerer a insolvência.

"Isso mesmo voltou a acontecer a 9 de fevereiro com o adiamento de mais uma reunião da comissão de credores, à qual a Caixa Geral de Depósitos não compareceu", acrescentou.

A AM disse ainda que "o Grupo Alicoop encontra-se em processo de viabilização" e "o Presidente da Comissão de Credores (maior Credor) tem assumido uma postura de apoio ao projeto de viabilização" feito por uma empresa de consultoria.

Segundo esse estudo, o Grupo é viável desde que a Caixa Geral de Depósitos invista 1,2 milhões de euros.

"Face a esta situação, cujo desfecho negativo pode significar mais 500 desempregados e graves impactos na economia regional, fundamentalmente no escoamento da sua produção, [o grupo] confronta-se com a posição adversa e inexplicável da Caixa Geral de Depósitos, enquanto credor", sublinha a AM de Lagos.

A Assembleia Municipal exige por isso "uma resposta pronta por parte dos responsáveis, independentemente das considerações sobre a gestão, as razões e o contexto económico que conduziram as unidades comerciais da Alicoop à difícil situação em que se encontram".

Lusa