O coordenador para o Sul da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR) reclamou ontem mais efetivos para o Algarve, após a agressão de dois militares, ocorrência que diz ter sido resolvida com o apoio da PSP de Lagos.
As agressões ocorreram no sábado de madrugada, após uma queixa de ruído no Chinicato, em Lagos, situação que, segundo disse à Lusa fonte do comando de Faro da GNR, ficou resolvida com a atuação dos próprios militares agredidos, que tiveram a ajuda de reforços de outras patrulhas da Guarda.
Contudo, fonte policial contactada pela Lusa assegurou que o primeiro reforço a chegar ao local foi a PSP de Lagos, que conseguiu, com a ajuda dos militares agredidos, deter quatro pessoas, tendo depois chegado ao local apenas uma patrulha, da GNR de Odeceixe (concelho de Aljezur), numa altura em que a situação já tinha sido controlada pela PSP.
De acordo com o coordenador da delegação do Sul da APG/GNR, António Barreira, a agressão aos dois militares denota a “carência urgente do número de patrulheiros” do posto de Lagos, situação que está a levar “ao limite” os profissionais, que há muito reivindicam a atribuição de um subsídio de risco.
“No limite, o cidadão chama a Guarda e a Guarda necessita de apoio da PSP”, observou o dirigente associativo, agradecendo o apoio da PSP de Lagos nesta situação, “camaradagem” que considera que irá refletir-se “nas lutas sindicais e associativas que se avizinham”, já que “a tutela não ouve quem zela pela segurança pública”.
António Barreira considera que é “revoltante um cidadão chamar a GNR porque tem um problema e a patrulha chegar ao local e ser agredida” e lamenta que, apesar de as agressões a agentes da autoridade serem um crime público, as penas aplicadas não são dissuasoras desses comportamentos.
Segundo a mesma fonte policial contactada pela Lusa, a PSP chegou ao local com três elementos às 03:35 e vinte minutos depois chegava a patrulha da GNR de Odeceixe, que está a cerca de 45 quilómetros da localidade do Chinicato.
Cerca das 04:00, os agressores são transportados para o posto de Lagos e só depois, aproximadamente às 04:20, é que os militares agredidos dão entrada na unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, acrescentou.
Apenas um dos militares esteve mais tempo sob observação, por suspeitas de um traumatismo craniano, tendo o outro sofrido escoriações e tido alta mais rapidamente.
Os agressores vão agora aguardar em liberdade a realização de um inquérito ao caso.