Ria_formosaA Associação Odiana defendeu que o turismo de natureza e o turismo náutico podem potenciar o desenvolvimento económico dos municípios do Baixo Guadiana e criar uma oferta turística “mais diversificada” e “complementar ao sol e praia”.

Estas duas áreas, consideradas as de maior potencial pela Associação de Desenvolvimento do Baixo Guadiana “Odiana”, foram apresentadas ao Turismo de Portugal no âmbito das consultas prévias à elaboração do Plano de Ação de Turismo 2020, sob o “chavão ‘Baixo Guadiana Natural’”, explicou Valter Matias, dirigente da associação.

Criada pelos municípios algarvios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António para promover o desenvolvimento do Baixo Guadiana, a Odiana colocou o enfoque “no turismo de natureza” como forma de “diversificar o turismo do sol e praia, mas sobretudo de aproveitar o grande potencial que o território tem em termos de património natural”, explicou Valter Matias à agência Lusa.

A mesma fonte precisou que as propostas apresentadas vão ao encontro da estratégia já implementada no terreno pela Associação, através da criação de rotas pedestres ou de percursos de cicloturismo, com o objetivo de “incentivar esta vertente do turismo” e dar um “maior protagonismo” a um território que “abrange o litoral, o barrocal e a serra” do Algarve.

Valter Matias disse que a Odiana considerou, no entanto, ser necessário “desenvolver a questão do alojamento local, em parceria com os turismos rurais já existentes” no território, para permitir colmatar uma carência que impede os visitantes de permanecerem mais tempo na zona.

“Queremos criar também uma rede de alojamento que, depois, fique integrada nesse turismo de natureza, com uma rede de percursos de BTT e de cicloturismo, porque sentimos que há uma grande procura por parte dos mercados holandês e alemão”, justificou.

A Odiana considera, ainda, ser importante apostar “no Turismo náutico”, aproveitando as potencialidades do rio Guadiana, mas também “das albufeiras, como a [da barragem] de Odeleite, que já tem um plano de ordenamento aprovado para desenvolver algumas atividades, como a canoagem ou a vela”, disse Valter Matias.

A súmula destas vertentes vai permitir criar “uma oferta diversificada” e “complementar ao sol e praia” e “incentivar o desenvolvimento económico e a criação de emprego” no Baixo Guadiana, considerou.

Os três municípios que compõem a associação Odiana abrangem um território que vai desde o litoral sul de Portugal, nos concelhos de Vila Real de Santo António e Castro Marim, à fronteira do Algarve com o Alentejo, no município de Alcoutim.

Grande parte do território do Baixo Guadiana localiza-se no nordeste algarvio, zona marcada por aldeias dispersas e afetada pelo envelhecimento e pela desertificação populacional.