O autarca disse à agência Lusa que a introdução de portagens na Via do Infante, no Algarve, “teria um impacto tremendo”.

O Governo vai realizar estudos para avaliar as condições para a introdução de portagens em todas as vias atualmente isentas.

Nesse novo pacote, está incluída a Via do Infante, que liga Lagos a Vila Real de Santo António.

“Não é só o facto de a Via do Infante ser a única alternativa à mortífera e ‘quase rua’ estrada nacional 125 que nos leva a rejeitar uma medida desse género, mas também os impactos negativos que daí advirão para o Turismo e para o tecido económico algarvio”, explicou à Lusa.

Manuel da Luz refere que seriam afetadas centenas de pequenas e médias empresas algarvias que diariamente utilizam a A22 para garantir a distribuição dos seus produtos e serviços por toda a região.

A maioria das empresas algarvias, reforça o autarca, “têm clientes em vários concelhos da região”, o que se trata de “uma realidade da economia regional que é muitas vezes esquecida e que seria severamente boicotada com a introdução de portagens”.

Manuel da Luz adiantou já ter lançado o apelo aos restantes autarcas do Algarve para que subscrevam a providência cautelar, até porque “toda a região já está em sofrimento devido à perda de 10 mil dormidas nos últimos 10 anos”.

Na segunda feira, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Macário Correia, já tinha dito não ver “qualquer condição honesta para a introdução de portagens na Via do Infante”, lembrando que “o governo sempre afirmou que a introdução de portagens em qualquer lado implica a existência de uma via alternativa”.

O autarca lembrou inclusive que “o Governo assumiu reiteradamente esse compromisso para com o Algarve, portanto violar esse compromisso seria faltar à palavra”.

No mesmo dia, as câmaras de sete dos concelhos atravessados pelas A41 e A42 anunciaram que vão entregar uma providência cautelar no Supremo Tribunal Administrativo contra a aplicação de portagens nessas SCUT e as Comissões de Utentes Contra as Portagens nas autoestradas A23 (Guarda/Torres Novas) e A25 (Vilar Formoso/Aveiro) admitiram à Lusa avançar com protestos, caso a medida do Governo também contemple as duas vias.

Lusa