Em conferência de imprensa, os autarcas dos concelhos integrados no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, pediram a demissão do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, a quem acusam de ser o “verdadeiro obreiro” e protagonista de “toda esta trapalhada”, apontando igualmente o dedo à ministra, Dulce Pássaro, por não estar “de boa fé” neste processo.

Os autarcas criticaram fortemente a postura do Ministério do Ambiente, que fez aprovar o plano sem que tivesse dado “conhecimento atempado” da versão final do documento aos municípios.

Para os presidentes destes quatro municípios, o Ministério do Ambiente “rompeu” unilateralmente o acordo estabelecido com as autarquias, no qual se comprometia a apresentar a versão final do documento antes da sua aprovação pelo Conselho de Ministros.

“Sempre dissemos que não pactuaríamos com quer que fosse, quando estivessem em causa os interesses das populações e o desenvolvimento equilibrado do território”, sublinharam os autarcas, que se sentem “ignorados, desconsiderados e subalternizados” pelos vários governos.

Os presidentes das Câmaras de Aljezur (PS), Vila do Bispo (PS), Odemira (PS) e de Sines (independente), defendem que o plano aprovado “não está sustentado pelo rigor científico, nem é compatível com a realidade local em todos os domínios”.

Classificam o plano aprovado na quinta-feira, como “atentatório ao turismo sustentável em espaço rural e prejudicial às atividades agrícolas tradicionais”, e que contribuirá para “o abandono do território, com uma agressão sem precedentes aos valores ambientais e dbiodiversidade”.

“Enganados e desacreditados que fomos, desinformados que permanecemos, não auguramos nada de bom em relação ao ao plano”, concluiram.

O Conselho de Ministros aprovou quinta-feira o Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, cuja sexta versão (de trabalho) havia sido apresentada aos autarcas em março de 2010.

Folha do Domingo/Lusa