O projeto de resolução foi discutido e remetido para o plenário parlamentar de quinta feira.
Nele o Bloco de Esquerda (BE) pede ao Governo que desenvolva iniciativas para assegurar a preservação dos postos de trabalho da Alicoop e recomenda que "o Governo realize todas as diligências indispensáveis ao apuramento das responsabilidades da Caixa Geral de Depósitos no adiamento deste processo".
"Aproximadamente seis meses após a apresentação do plano de recuperação do Grupo Alicoop, tudo está na mesma", diz o BE no documento lembrando "os 380 trabalhadores com contratos suspensos, os cerca de 70 que trabalham sem salário, os 200 postos de trabalho indirectamente ameaçados".
O BE considera a Alicoop "um projecto económico determinante para a região do Algarve, e cuja viabilidade foi atestada".
Mas "tudo está parado, à espera que instituições financeiras com responsabilidades públicas e Governo assumam as suas responsabilidades", diz o partido no projeto de resolução, acusando a Caixa Geral de Depósitos de dificultar o aclendário negocial.
Lembra ainda que o plano de viabilização elaborado pela consultora internacional Deloitte permite o saneamento das dívidas existentes, a optimização dos recursos e a geração das receitas necessárias para sustentar os seus compromisso e competências num prazo de 16 anos, prevendo ainda o aumento dos postos de trabalho.
"Para a concretização do plano, o comprometimento da instituição financeira de capitais públicos num investimento de 1,2 milhões de euros é determinante, valor que corresponde aproximadamente a 0,6 por cento do montante injetado pelo banco para salvar o Banco Português de Negócios", diz o Bloco referindo-se à CGD.
"Os atrasos consecutivos na concretização do plano de viabilização têm um único resultado: a morte lenta da empresa, a suspensão de centenas de postos de trabalho, o encerramento de lojas, a impossibilidade de pagar as rendas e a perda efectiva dos estabelecimentos comerciais, cujas consequências económicas e sociais se adivinham de especial gravidade no Algarve", conclui.
Lusa