O bispo do Algarve foi ontem homenageado pela União de Freguesias de Faro, que considerou D. Manuel Quintas “um humanista com grande espírito de missão como pastor dedicado à Diocese do Algarve”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo diocesano foi agraciado, com mais quatro individualidades, na sessão de comemorações do Dia da Freguesia da Sé de Faro, que decorreu ao final da tarde no Conservatório Regional do Algarve Maria Campina.

A União de Freguesias da Sé e de São Pedro destacou o “trabalho social e cívico” dos homenageados, explicando serem merecedores da sua distinção “pelo trabalho que têm realizado em prol dos outros”. “Cinco cidadãos que ao longo das suas trajetórias têm deixado uma marca invejável na vida da nossa comunidade. Esta é uma forma de expressarmos a nossa gratidão pelo impacto positivo que cada um de vós tem gerado na sociedade farense”, acrescentou-se.

“Cada homenageado aqui presente é, de alguma forma, uma inspiração para todos nós. As suas histórias são exemplo de dedicação, superação e compromisso com a excelência. Estamos aqui para agradecer e celebrar as suas vidas e trabalho que, com coragem e perseverança, tocam a vida dos outros, contribuindo assim para um mundo melhor”, afirmou-se ainda.

Em relação ao bispo do Algarve, que disse ser “homem de uma cultura geral impressionante”, a autarquia referiu que “tem enfatizado a pastoral vocacional, o compromisso dos leigos e atenção aos numerosos os visitantes que o Algarve recebe, especialmente no verão”. “D. Manuel Neto Quintas é um homem de fé e diálogo, comprometido com os valores do Evangelho e atento às necessidades das pessoas, especialmente as mais vulneráveis”, realçou-se.

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A União de Freguesias sustentou que “a sua liderança é marcada pela simplicidade, humildade e dedicação ao bem comum, promovendo o envolvimento dos leigos na vida da Igreja e o apoio aos jovens e às vocações”. “Sempre teve uma visão pastoral de proximidade, sendo um bispo acessível, preocupado com a valorização das comunidades locais e do património religioso”, prosseguiu.

A autarquia lembrou que D. Manuel Quintas celebrará este ano 25 de episcopado, considerando que tem “desempenhado estas funções sempre com dedicação empenho e enfrentando os desafios presentes compaixão e entusiasmo”. “Agradecendo o seu trabalho e dedicação, também por Faro e pelos farenses”, a União das Freguesias quis homenagear o bispo do Algarve.

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O presidente da União de Freguesias destacou também o “espírito de entrega” e a “simplicidade extrema” de D. Manuel Quintas. “É uma enciclopédia viva. Percebe de agricultura, de matemática, de letras, de história e fala várias línguas”, referiu Bruno Lage.

O bispo do Algarve agradeceu a distinção. “Alguém, numa circunstância como esta, referia que as homenagens, distinções e medalhas, mais do que agradecê-las, devem ser honradas. Naturalmente que uma coisa não exclui a outra. Aliás, agradecem-se, honrando-as através de atos concretos que fundamentam o mérito da distinção atribuída. Deste modo, entendo que uma distinção, como reconhecimento pelo caminho percorrido, significa também um novo apelo e um renovado impulso para o caminho que ainda falta percorrer, assumido como espaço e com o tempo para confirmar esse reconhecimento”, afirmou.

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O bispo diocesano quis “associar a esta distinção quantos tornaram mais leve e, por isso, bem mais fácil” o seu serviço episcopal no Algarve ao longo destes anos que disse terem sido “vividos com uma intensidade feliz e dedicada ao serviço deste amado Algarve como pastor que vive cada dia para o seu rebanho”. D. Manuel Quintas disse-se “grato e reconhecido” ao seu precursor, D. Manuel Madureira Dias, que auxiliou durante quatro anos. “Com ele aprendi a ser bispo”, reconheceu, agradecendo ainda “ao bom clero diocesano e religioso ao serviço” da diocese algarvia, “bem como aos consagrados, padres e irmãs, e tantos leigos exemplarmente generosos e dedicados”. “Aprendi com todos a amar e gastar-me por esta Igreja local. A todos devo a leveza e a fecundidade do meu múnus episcopal”, acrescentou.

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O responsável católico disse ainda que “seria injusto se não referisse igual estímulo e testemunho” recebido de “quantos se dedicam à atividade da res pública, à regulação da vida da cidade e dos cidadãos”, “já que a atividade política constitui uma das expressões mais nobres da democracia, enquanto fator decisivo na construção de uma sociedade expressão da pluralidade dos cidadãos com a sua visão própria e diversificada da vida e da sociedade na organização do Estado”. “Tomar a sério a política nos seus diversos níveis é afirmar um dever que a todos incumbe de reconhecer a realidade concreta e o valor da liberdade de opções na procura em realizar juntos o bem comum”, acrescentou, sublimado que “a política é uma forma exigente, se bem que não seja a única, de viver o compromisso cristão ao serviço de todos”.

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Os restantes homenageados foram Maria Filomena Rosa, presidente da AIPAR – Associação de Proteção à Rapariga e à Família; Luís Barradas, treinador de futsal; Jorge Leitão, presidente da AAPACDM – Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais e Ricardo Vargues, presidente do Clube de Futebol Os Bonjoanenses.

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A sessão de comemorações terminou com um momento musical pela Orquestra Juvenil e pelo Combo do Conservatório Regional do Algarve, com direção da professora Helena Duarte e orientação e colaboração dos professores Jean-Christian Houde e Rui Machado, tendo sido interpretados quatro temas: uma secção de “Rondeau” do compositor Henry Purcell, “Foggy Mountain Breakdown” de Earl Scruggs, uma seleção de “O Fantasma da ópera” de Andrew Lloyd Webber e “Doctor Who Theme” de Ron Grainer/Delia Derbyshire com arranjo de Iain Farrington.