O vice-presidente do Município de Lisboa disse hoje que o recinto principal dos eventos finais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 vai servir outros eventos, no futuro e foi confiado à empresa que “apresentou a melhor proposta”.

Montagem © Câmara Municipal de Lisboa

“Um palco para acolher um evento com um milhão e meio de pessoas, que se prolonga por 100 hectares, é um palco perspetivado para isto: a uma altura de nove metros acima do chão, para poder ser visto pelo maior número de pessoas”, precisou Filipe Anacoreta Correia, em conferência de imprensa, no Parque Tejo.

Segundo a Agência Ecclesia, o autarca que tem o pelouro da JMJ 2023 explicou que a “preocupação” foi dotar o altar, que está pensado para “ser o centro, o coração, do acolhimento do evento”, de “condições de visibilidade excecionais”.

Foto © António Cotrim/Lusa

“Na celebração principal estamos a falar em cima do palco de cerca de dois mil pessoas, entre bispos, padres, o coro, língua gestual, a orquestra, staff, equipa técnica, tudo o que vai envolver um evento desta dimensão”, referiu, acrescentando que este palco “vai acolher um evento que se prolonga praticamente durante dois dias” e, ao longo deste tempo, recebe diversas iniciativas.

A capital portuguesa vai acolher a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, de 1 a 6 de agosto.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os atos conclusivos deste encontro vão realizar-se na área do Parque Tejo, na zona oriental de Lisboa, onde o Papa preside à Missa final.

Imagem © Câmara Municipal de Lisboa

O altar fica num palco capaz de albergar 2 mil pessoas, com um custo de 4,2 milhões de euros, segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação Pública.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa salientou que esta estrutura tem a “área de implementação de cinco mil metros quadrados”, o equivalente a meio campo de futebol, e obriga a algumas características especiais, como “ter elevadores”.

Filipe Anacoreta Correia recordou também que esta zona era um aterro, e um palco com esta altura e dimensão “colocava problemas de infraestrutura, solidez”, pelo que foi feito um “trabalho de estruturação, de criar condições para ser implementado”.

O responsável com o pelouro da JMJ no Município de Lisboa destacou que este evento “é outra realidade”, rejeitando “comparações com celebrações onde anteriores Papas estiveram em Portugal”.

A Câmara Municipal de Lisboa identificou sete empresas – “quatro construtoras e três de eventos” – e as propostas apresentadas variaram entre os “4,4 milhões de euros e 8,4 milhões de euros”, no final concorreram as “duas empresas com melhor proposta, as maiores construtoras nacionais”, que “fizeram esforço de acompanhar melhor preço até ao fim”.

O altar que recebe os atos centrais foi projetado para ser reutilizado no futuro, podem “retirar e redimensionar a cobertura e o próprio palco” e têm um local e uma estrutura “em condições de acolher outros eventos”, e a Câmara Municipal de Lisboa já recebeu “manifestação de promotores de eventos”.

Segundo Filipe Anacoreta Correia, o município foi também desafiado, convidado, pela organização da JMJ Lisboa 2023, a “encontrar um segundo espaço de convocação de elevado número de participantes”, e escolheu o Parque Eduardo VII para receber a Missa de abertura da Jornada, presidida pelo cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, bem como o acolhimento do Papa, “uma festa que terá envolvimento de muitos artistas, um momento marcante da própria identidade e cultura portuguesa”, e a Via-Sacra, na sexta-feira, dia 4 de agosto.

Estima-se que, nestes eventos, participem entre 200 a 700 mil pessoas, num “momento de afirmação da cidade”.

A Câmara Municipal de Lisboa aceitou também “contribuir com mais três palcos”, que vão ser utilizados no ‘Festival da Juventude’ da JMJ, no Terreiro do Paço, a Alameda D. Afonso Henriques e o Parque da Bela Vista.

O vice-presidente de Lisboa destacou também que do investimento de 21 milhões e meio do município para a JMJ 2023, “19 milhões ficarão na cidade”.

“A grande parcela de todo o investimento não se esgota no evento e ficará no futuro da cidade”, insistiu.

Foto © António Cotrim/Lusa

As edições internacionais da Jornada Mundial da Juventude são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

O presidente do Conselho de Administração da empresa municipal Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) explicou que o altar vai ter um “elevador especial” para o Papa, e foi necessário adicionar ao projeto uma “segunda onda”, para o coro da JMJ Lisboa 2023 “não estar ao sol” nas celebrações.

“O interior é ocupado por baterias de contentores ligados entre si que formam os vários equipamentos: Os bispos vão ter de se paramentar aqui, os concelebrantes, tem que ter casas de banho, a sacristia”, referiu António Lamas, no contexto da conferência de Imprensa dedicada ao ‘Plano e Investimento da Jornada Mundial da Juventude’ que é responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa.

Aos jornalistas disse ainda que o recinto vai ter “iluminação”, e vão também “construir uma torre para captação de imagem” destinada aos Meios de Comunicação Social.

Portugal terá retorno económico de cerca de 350 milhões

No passado mês de novembro, o coordenador do evento nomeado pelo Governo revelava que a JMJ vai ter um retorno económico para Portugal de cerca de 350 milhões de euros.

“O retorno dos estudos económicos feitos em relação a Madrid representa um benefício económico de cerca de 350 milhões de euros. Eu presumo que Portugal vai ter um retorno económico desta grandeza”, disse José Sá Fernandes, segundo a Agência Lusa, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, em audição pedida pelo PSD para explicar os trabalhos de preparação do evento.

com Agência Ecclesia e Agência Lusa