O processo remonta a 2003, quando a autarquia assinou um acordo com o Instituto Nacional de Habitação com vista à construção de duas centenas de fogos destinados a realojar famílias carenciadas em regime de renda apoiada.
Mais tarde, em 2006, a autarquia, na altura liderada pelo socialista José Apolinário, adquiriu um terreno com dez hectares na zona de Braciais com vista a concretizar o Programa de Realojamento Social estipulado no acordo.
A operação de loteamento, aprovada em 2009, previa construir 198 fogos para realojar famílias carenciadas e 157 para habitação a custos controlados, mas a hasta pública para a alienação de 41 lotes (157 fogos) ficou deserta.
“Os fogos não foram ainda construídos porque o terreno tem algumas dificuldades em termos de realização de investimento por não haver infraestruturas de água, esgotos e rede elétrica”, justificou Macário Correia.
Segundo o presidente da autarquia a situação “levanta dificuldades” impedindo que a operação “seja rentável” já que os fogos a custos controlados têm um preço tabelado em função do metro quadrado de pavimento.
Como para construir as habitações é preciso fazer “muitos investimentos iniciais”, o terreno de Braciais “só por si não consegue ser apetecível para uma operação rentável”, argumenta o líder da autarquia.
Para tal, a autarquia quer levar a cabo um novo modelo de negócio que consiste em tentar que o terreno de Braciais seja conjugado com outro em Estói, “tentando vendê-lo ao empreiteiro” que fizer a obra “de forma a compensá-lo”, explicou.
Assim, o município prevê vender ao empreiteiro que execute todas as infraestruturas e obras de urbanização no Loteamento de Braciais um terreno situado junto ao Cemitério de Estói, ambos na periferia de Faro.
A operação conjunta permitirá, segundo Macário Correia, garantir que a operação possa ter maior rentabilidade já que a construção de infraestruturas de raiz tem “um custo elevado”.