A Cáritas Diocesana do Algarve deixou de ter a sua sede na rua Brites de Almeida, em Faro – onde esteve durante cerca de meio século – e passou, no início deste mês, a ter morada no número 17 do edifício do Seminário de São José, instituição proprietária também do imóvel de onde se mudaram.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Já em fevereiro de 2017, o estado de degradação da antiga sede da Cáritas algarvia tinha motivado a passagem de parte dos seus serviços para instalações arrendadas do outro lado da rua, devido à ameaça de derrocada do resto do edifício do século XIX, cuja parte traseira ruiu já há cerca de 12 anos. Só o roupeiro social, os géneros alimentícios e o mobiliário destinados aos beneficiários da instituição se mantiveram até agora na parte dianteira daquele edifício antigo.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O interesse na recuperação do imóvel por parte de um agente da indústria hoteleira levou os responsáveis do Seminário a propor à Cáritas Diocesana a passagem para o edifício no largo da Sé que também precisou de algumas obras de reabilitação para receber a instituição católica do setor social. Os melhoramentos, que segundo o presidente da Cáritas, Carlos de Oliveira, importaram em cerca de 9 mil euros, foram sobretudo realizados ao nível do pavimento, paredes, rede elétrica e de comunicações.

Para a cedência da nova sede a título gratuito à Cáritas, o Seminário assinou um contrato de comodato com aquela instituição para utilização por um período de cinco anos renovável por iguais períodos.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A mudança da antiga sede tem estado a ser feita nas últimas semanas e só no próximo mês estará concluída com a transferência de todos os serviços e valências da Cáritas Diocesana, incluindo os de distribuição de alimentos. No piso do rés-do-chão, será feito o atendimento social e no andar superior estão já os serviços administrativos, de apoio social e a direção técnica.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O motivo que ajudou acelerar a mudança de sede foi a aquisição de uma câmara frigorífica, da qual a Cáritas era há muito necessitada e que precisava ser instalada em local definitivo. O equipamento, no valor de cerca de 7.000 euros, foi adquirido com apoio de cerca de 5.000 euros do banco BPI e da Fundação “la Caixa” e permitirá armazenar alimentos frescos recebidos quer do Banco Alimentar Contra a Fome, quer de outras instituições. “Tínhamos de ir buscar os frescos um dia antes de os distribuir. Agora a distribuição dos alimentos não tem de ser de um dia para o outro. Os nossos utentes, em vez de virem todos num só dia, poderão vir em dois dias”, explicou Carlos de Oliveira.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Esta nova mudança de casa veio evidenciar a necessidade de uma sede própria. Segundo o presidente da Cáritas esse sonho antigo já esteve mais longe de se concretizar. Carlos de Oliveira adiantou ao Folha do Domingo que o terreno, anexo ao Centro Infantil “O Despertar”, com 2.294 m2, será doado pela Diocese do Algarve à instituição para esse fim e que esse facto determina, desde já, a escolha das respostas sociais que lá virão a ser instaladas. “Em reunião com a Segurança Social já nos elucidámos sobre as necessidades de respostas sociais do concelho. Temos já algumas informações e vamos refletir sobre elas”, revelou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Até podemos decidir construir habitação social”, admitiu, lembrando ainda que o Lar da Mãe será uma das valências acolhidas no futuro edifício. “Não podemos deixar cair uma obra que foi iniciada pelo bispo emérito desta diocese”, considerou, referindo-se ao facto de aquela valência ter sido desejada por D. Manuel Madureira Dias que chegou até proceder à bênção da sua primeira pedra. “A sul de Setúbal não existe apoio a grávidas”, garantiu ainda.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aquele dirigente explicou que a obra da futura sede terá de feita com recurso a fundos do programa Portugal 2030.