Paroquia_albufeira_catequese_familiarA paróquia de Albufeira voltou a implementar, há cerca de dois anos, um modelo da chamada “catequese familiar” que tinha experimentado, com bons resultados, há cerca de 15 anos.

Aquele sistema de catequização de inspiração catecumenal implica nos três primeiros anos uma participação muito mais ativa por parte dos pais que vêm à Igreja pedir a catequese para os seus filhos.

O pároco explica ao Folha do Domingo que o objetivo é “atingir não tanto as crianças em primeiro lugar, mas sim as famílias”. “A finalidade é chegarmos às famílias, e famílias jovens, porque de outra maneira não as apanhamos”, refere o cónego José Rosa Simão, considerando que deste modo “a catequese vai ser muito mais profícua, mais útil e vai entrar mais na vida das crianças porque em casa os pais continuam o trabalho” que se faz na paróquia, constituída por três centros: Albufeira, Montechoro e Olhos d’Água.

O modelo em implementação apenas no centro de Montechoro funciona nos três primeiros anos de catequese e prevê que no primeiro ano a catequese seja feita em casa pelos pais que preparam as sessões com o catequista. No segundo ano, as crianças já se reúnem na comunidade e a catequese é feita, rotativamente, por um dos pais do grupo sob a coordenação de um catequista. No terceiro ano já é feita por um catequista com a presença dos pais.

O prior assegura ainda que a experiência tem sido também um “fator de congregação” da comunidade, sobretudo ao nível dos casais mais jovens, que não se conheciam uns aos outros naquele “meio turístico de gente de todo o mundo”. O cónego Rosa Simão lembra, no entanto, que a primeira reação é sempre de alguma “relutância” porque o convite para aquele modelo de catequese “não está nos hábitos”.

Alguns dos casais envolvidos na experiência confessaram ao Folha do Domingo que “ao princípio foi um choque” porque não estavam à espera. Atualmente o sentimento é completamente outro: consideram não só que o modelo ajuda a dar continuidade em casa à catequese feita na comunidade, como a implementar mais facilmente a rotina de participação na catequese e na eucaristia dominical. “Criámos uma amizade muito grande entre nós. Somos amigos e somos uma família mesmo”, acrescentam, explicando que as amizades se estenderam aos filhos, o que também facilita a frequência à catequese e a participação na missa de domingo.

A presidente da direção da catequese paroquial confirma a importância da união entre um grupo de casais jovens para o apoio àquele serviço da paróquia e para o futuro da própria comunidade. “Os pais participam mais nas atividades. Se criarmos unidade e união com os pais até ao terceiro ano, conseguiremos ter continuidade na comunidade. Se a partir do terceiro ano já tivemos a comunidade formada e um grupo de pais forte que participa e nos ajuda, é muito mais fácil”, afirma Filipa Rodrigues, que trabalha e reside em Lisboa e vem há vários anos todas as sextas-feiras à noite para o Algarve com o marido e as três filhas para colaborar com a paróquia de Albufeira, assegurando que se conseguem fazer diversas iniciativas na paróquia graças ao grupo de pais.

Aquela responsável recorda, a título de exemplo, a adoração ao Santíssimo Sacramento e as celebrações do Dia do Pescador, do Dia da Família ou do Dia das Comunidades na preparação da Festa de Nossa Senhora da Orada (agosto) ou a via-sacra (alusiva na foto) na preparação para a celebração da última Páscoa, encenada pelos próprios pais que fazem questão de realizar um jantar-convívio mensal.

Para as cerca de 280 crianças, adolescentes e jovens nas catequeses dos três centros da paróquia de Albufeira, a comunidade conta com 23 catequistas que diz não serem suficientes. Questionados pelo Folha do Domingo sobre se aceitariam a proposta paroquial para abraçarem a missão de catequistas de outros grupos depois de realizarem o Curso de Iniciação, alguns não hesitaram em responder que sim.