A associação Wolf Valley Charity, a imobiliária QP Savills e o empreendimento turístico de Vale do Lobo uniram-se para oferecer um veículo comercial ligeiro de carga à conferência de Almancil da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP).
A entrega da carrinha foi feita em fevereiro deste ano após a organização de um torneio solidário de golfe, cujo montante angariado reverteu para a sua aquisição.

A responsável da conferência vicentina de Almancil explicou ao Folha do Domingo que o veículo que aquela organização possuía para o trabalho de apoio social tinha já muitos anos. Lídia Mendes acrescentou que a Wolf Valley Charity financia ainda mensalmente a compra de alimentos necessários para além dos que recebem do Banco Alimentar Contra a Fome para a realização dos cabazes que distribuem a 70 famílias da freguesia de Almancil. “Sem esta ajuda também não poderíamos continuar a ajudar”, considera. Para além disso, fazem entregas semanais de fruta e legumes que também recebem daquela instituição.
Os beneficiários são maioritariamente portugueses, mas há também alguns venezuelanos e Lídia Mendes testemunha que os pedidos têm vindo a aumentar. “Todos os meses há sempre pedidos de duas ou três famílias novas”, conta, explicando que muitos ficam sem trabalho e outros vêm do estrangeiro sem garantias de nada em busca de um futuro melhor. “Vêm de países em conflito”, específica, referindo-se mais a convulsões sociais, políticas e económicas do que a militares.
A conferência de Almancil da SSVP apoia ainda os seus beneficiários com outro tipo de bens, sem ser os alimentícios, e serviços. “Também damos móveis, louças e roupa”, concretiza aquela responsável, explicando que esses bens são provenientes de doações de particulares que trocam de mobiliário ou vendem imóveis na Quinta do Lago ou da empresa municipal Infralobo. Ao nível dos serviços conta-se, por exemplo, o acompanhamento de idosos que não têm família aos serviços de saúde. “Conseguimos até arranjar lar para um idoso com Alzheimer que é guineense e não tem ninguém”, acrescenta Lídia Mendes.
Aquela conferência vicentina conta atualmente com sete voluntários, mas o número destes têm vindo a diminuir. “Quando iniciámos a conferência, no tempo do cónego Gilberto [Soares Santos] tínhamos 22 pessoas”, recorda Lídia Mendes, justificando que algumas faleceram, outras adoeceram e outras ficaram idosas. No entanto, aquela responsável realça contar com “muita ajuda” de “pessoas amigas” que colaboram quer na reposição e acondicionamento dos alimentos, quer na elaboração dos cabazes.
A Sociedade de São Vicente de Paulo – inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660 – foi fundada em Paris no ano de 1833 por um grupo de estudantes liderados pelo beato Frédéric Ozanam, tendo chegado a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira Conferência, em Lisboa. No Algarve existem presentemente 12 conferências do movimento em Albufeira, Aljezur, Almancil, Ferragudo, Ferreiras, Monchique, Olhão e Tavira.