
Os destroços das três casas prefabricadas do bairro da Horta da Areia, em Faro, que arderam no dia 16 deste mês, causando nove desalojados, estão a dar lugar a uma horta biológica, explicou o presidente da câmara.
“Está a crescer uma horta biológica e os produtos agrícolas são produzidos pela e para a comunidade do bairro da Horta da Areia”, explicou à Lusa Rogério Bacalhau, referindo que a construção do terreno agrícola no lugar das casas queimadas é apoiada pela Direção Regional da Agricultura e Pescas do Algarve e pela Fundação Silva Leal.
A nova horta é uma ampliação de outra que já existe no bairro na Horta da Areia, um bairro social criado de forma provisória no pós-25 de Abril de 1974 e onde foram instaladas famílias que vieram das ex-colónias portuguesas.
As três famílias que ficaram desalojadas – num total de nove pessoas – estão atualmente a viver numa pensão da cidade de Faro, paga pela Segurança Social.
Rogério Bacalhau já tinha adiantado que as três casas que arderam não seriam recuperadas. “Hoje pode ser o primeiro dia para a acabar com o bairro da Horta da Areia”, afirmou o autarca, que durante a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 29 de setembro comprometeu-se a limpar o bairro, onde vivem 60 famílias em condições de habitabilidade “degradantes”.
“Iremos tentar ao longo do mandato acabar com aquela iniquidade que ali está. Eu acho que aquele bairro só existe porque fica do outro lado da linha de caminho-de-ferro, não tem visibilidade para a cidade e, portanto, a cidade tem-se esquecido daquele bairro”, disse à Lusa o atual presidente, durante a campanha.
Em declarações à Lusa, o presidente de Câmara de Faro afirmou que está a trabalhar para realojar as famílias que ficaram sem casa, mas admitiu que ainda não tem soluções para as cerca de 60 famílias.
com Lusa