Reportagem de António Rodrigues (Mais Algarve), Nélida Rodrigues (Mais Algarve) e Samuel Mendonça (Folha do Domingo)
A Igreja do Algarve voltou a viver ontem uma jornada de festa, não só por celebrar na solenidade do Pentecostes o Dia da Igreja Diocesana, mas sobretudo pela ordenação de um novo sacerdote.

O padre Bruno Valente, de 25 anos, foi ordenado ao final da tarde pelo bispo do Algarve na Sé de Faro, em celebração da Eucaristia participada por largas centenas de pessoas oriundas de toda a diocese e também de fora dela.

Na Missa, que teve início com o rito da aspersão com a água benzida para “ajudar a renovar” o Batismo, o bispo diocesano, que presidiu à celebração, manifestou o “regozijo” da Igreja algarvia pela “graça e dom de Deus” de um novo presbítero. “Estamos felizes. Queremos louvar o Senhor por este dom e queremos acolher a força do Espírito Santo para crescermos mais com mais como Igreja que constituímos. Tenho plena convicção de que a ordenação de um novo presbítero constitui sempre a prova da bondade e do amor de Deus”, afirmou D. Manuel Quintas na celebração que foi concelebrada por D. António Carrilho, bispo emérito do Funchal, natural do Algarve, e por D. Manuel António Santos, bispo emérito de São Tomé e Príncipe, a colaborar com a diocese algarvia.

“A partir de hoje, caríssimo Bruno, estamos felizes porque podemos contar também com o teu contributo, que a tua ordenação presbiteral e tudo o que ela significa de esperança e alegria, de dom a Cristo e de serviço ao povo de Deus, proporcionam a toda a Igreja e, particularmente, à nossa Igreja diocesana”, prosseguiu o bispo diocesano.


Ao novo sacerdote, D. Manuel Quintas citou o programa pastoral da diocese para deixar um alerta. “Não nos basta trabalhar de modo afincado pelo anúncio do Evangelho, nem orar ou celebrar de modo irrepreensível, nem fazer o bem a quem mais precisa, nem organizar pastoralmente as nossas comunidades de maneira modelar, se tudo quanto fizermos não for gerador de verdadeira ‘Alegria e Esperança’ no nosso coração e no coração daqueles a quem somos enviados. Se não vivermos nem transmitirmos ‘Alegria e Esperança’ no nosso modo de ser Igreja, poderá significar que não partimos, não vivemos, nem nos orientamos para Jesus Cristo vivo. É na descoberta e no encontro pessoal e permanente com Ele que tudo o que somos, vivemos e fazemos se envolve de Alegria e de Esperança. É este o apelo que o mundo, hoje, nos faz. É esta a tarefa que, hoje e sempre, Cristo nos confia como Igreja no Algarve”, realçou.


O bispo do Algarve lembrou ainda que a Igreja “precisa e conta com a participação corresponsável de todos e da qual ninguém se deve dispensar: bispos, presbíteros, diáconos, consagradas, todos os leigos, jovens e crianças” e quantos constituem esta “amada Igreja diocesana”.
Lembrou os muitos jovens presentes que se inspiram no exemplo e no testemunho do novo sacerdote e manifestam “abertura e disponibilidade para escutar e acolher idêntico chamamento a uma vocação de consagração”. D. Manuel Quintas pediu, por isso, aos diocesanos que permaneçam “decididos a não esmorecer” na oração pelas vocações e a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para “apoiar” e “fomentar” a pastoral vocacional. “Comprometamo-nos a rezar ao Espírito Santo para que os ilumine e fortaleça no seu discernimento”, pediu na Eucaristia concelebrada pelos reitores e equipas formadoras dos Seminários de Faro, Caparide e Évora, para além de um numeroso grupo de sacerdotes e diáconos da Diocese do Algarve.


Após a homilia, a celebração prosseguiu com o rito da ordenação do sacerdote, constituído por alguns gestos significativos, mas que teve como momento mais importante o da ordenação propriamente dita com a imposição das mãos do bispo diocesano sobre o ordinando, seguida da dos restantes bispos e sacerdotes presentes.
Outro desses gestos foi a colocação das mãos do ordinando nas mãos do bispo, sinal de comunhão e de unidade, prometendo-lhe obediência e reverência enquanto sucessor dos apóstolos, sinal e garante da unidade da Igreja e desta com a Igreja de Roma.



Os outros momentos de maior emoção aconteceram já depois da ordenação com o recém-ordenado a ser revestido com as vestes sacerdotais, recordando que, antes de mais, se deve continuar a revestir de Cristo.

Ao novo sacerdote foi ainda entregue a píxide e o cálice.
Igualmente significativos foram os abraços aos restantes padres presentes, a concelebração eucarística já participada pelo novo padre, a que se associaram os restantes sacerdotes e diáconos.


O padre Bruno Valente celebrará a sua ‘Missa Nova’ no próximo domingo, 15 de junho, pelas 17h na igreja do Montenegro, a sua paróquia de origem.



