A Diocese do Algarve viveu ontem, em que a Igreja celebrou o Dia Mundial do Doente, o Jubileu dos Doentes e dos Profissionais da Saúde.
A celebração jubilar teve lugar na capela do hospital de Portimão e foi presidida pelo bispo do Algarve que exortou à esperança, o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Jubileu que a Igreja Católica está a celebrar presentemente e também para a sua mensagem para o Dia Mundial do Doente deste ano. “Todos sabemos como precisamos de esperança em todas as situações da vida, particularmente em momentos de fragilidade”, começou por referir D. Manuel Quintas.

O bispo do Algarve lembrou aos doentes, aos profissionais da saúde e aos voluntários participantes que Francisco quis “estar presente”, através da sua mensagem, mas “também com o seu testemunho de vida”, transmitido também por via da sua já “frágil” condição de saúde. “É alguém que, devido à sua fragilidade, se sente mais próximo daqueles que são frágeis também na saúde”, realçou.
D. Manuel Quintas lembrou que o presente Ano Santo foi proclamado pelo Papa com o tema ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), que Francisco quis aproveitar para a sua mensagem para a celebração do dia de ontem, intitulada “«A esperança não engana» (Rm 5, 5) e fortalece-nos nas tribulações”, acrescento inspirado numa passagem da carta de São Paulo aos Romanos.

Lembrando que “Cristo é a fonte da verdadeira esperança”, o bispo diocesano deteve-se na dimensão acrescentada pelo Papa. “Quando vivemos as dificuldades e não nos deixamos derrotar por elas, nem desistimos, deprimidos, essas dificuldades fortalecem-nos”, afirmou, acrescentando ser “uma força que vem de tanta gente que ajuda, que cuida e que faz tudo ao seu alcance para restabelecer a saúde e as forças físicas, mas também da força da fé”, “ou seja, da força desta esperança que não engana, que não constitui uma desilusão”.

“Não vamos desistir, não vamos desanimar mesmo que a doença seja superior às nossas forças e às capacidades de cura”, pediu D. Manuel Quintas.
O bispo do Algarve lembrou ainda serem três as palavras que marcam a mensagem pontifícia: “o encontro, o dom e a partilha”. “A fragilidade humana leva-nos, muitas vezes, a nos encontrarmos, a nos enriquecermos, a sermos dom uns para os outros”, constatou, reportando-se aos testemunhos que colhe “de tanta gente que visita os doentes, nas suas casas ou nos hospitais, voluntários e não só”. “Estar com alguém que está doente anima-nos, dá-nos força, vamos para confortar e somos confortados. É o testemunho de pessoas que não desistem, apesar de, tantas vezes, a situação em que vivem induzir a isso e em que o normal seria desanimar, mas vão buscar forças que estão escondidas para reagir”, desenvolveu.

“Somos também enriquecidos pelo testemunho dessas pessoas, pela sua força da fé e também a força humana, a sua capacidade de não desistir nem desanimar, mas encontrar forças para superar a situação em que se encontram”, prosseguiu, acrescentando: “se falta esta força anímica, até quem cuida sente-se desanimado, quase desmotivado”.
D. Manuel Quintas explicou que o Papa envolve na sua mensagem “os doentes e aqueles que cuidam deles, os seus familiares que também vivem, partilham, se unem e estão próximos de quem sofre” e lhes agradece. “Também estou aqui para agradecer em nome da Diocese do Algarve por todo o bem que se faz junto de quem sofre, a todos os níveis, em todas as situações, de todos os modos, mesmo na procura de querer sempre fazer melhor, servir melhor, cuidar melhor, e estar sempre mais próximo”, afirmou.

Por fim, o bispo do Algarve exortou a “crescer na sensibilidade” de saber “estar próximos de quem sofre”, despertando “sentimentos de cuidar daqueles que precisam” de ajuda.
A Eucaristia contou com a concelebração pelo capelão do Hospital de Portimão, padre Vítor Lamosa, e com o serviço do diácono Bruno Valente.
O Dia Mundial do Doente é celebrado anualmente a 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes; devido ao Jubileu, a celebração mundial num santuário mariano foi adiada para 2026 e vai decorrer em Arequipa, no Peru.
com Bruno Valente