A Diocese do Algarve promoveu no passado dia 18 de novembro uma formação de preparação para o Natal para responsáveis paroquiais de acólitos e para leitores que exercem o ministério.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A iniciativa, promovida através do Secretariado Diocesano da Liturgia, Música Sacra Novas Igrejas e Espaços Pastorais e que teve lugar no Centro Paroquial de Loulé, contou com 54 participantes e teve como objetivo levar os leitores a “se prepararem para melhor proclamar a Palavra e os acólitos para melhor servir Aquele que nasce”.

“É importante esta formação contínua. Sem formação acabamos por não realizar bem o serviço que queremos prestar à Igreja”, começou por advertir o diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Litúrgica. O cónego Carlos de Aquino, que abordou o documento “Ministérios laicais para uma Igreja ministerial”, referiu que aquelas ações de formação se realizam no âmbito do percurso apontado por aquele texto da Conferência Episcopal Portuguesa.

O responsável acrescentou que “não irão ser todos instituídos acólitos ou leitores”, mas garantiu que os escolhidos sairão “de quem se forma e de quem já realiza, de modo tão excelente e fecundo, estes serviços nas paróquias”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Citando a carta apostólica do Papa ‘Desiderio desideravi’, o sacerdote recordou que Francisco refere que a formação serve para ajudar a crescer na “contemplação da beleza e da verdade” do que se celebra. Aos formandos aconselhou o “exercício” resultante da pergunta “Como é que Jesus faria se estivesse no meu lugar?” e lembrou ser “muito importante” a sua “preparação interior para as celebrações”, exortando a que “cinco minutos antes da celebração que haja silêncio na sacristia, na igreja”.

O liturgista defendeu a importância da valorização das admonições para “enriquecimento da escuta da Palavra”, chamou a atenção para o vestuário, os gestos, a postura e a atitude corporal, até porque “quem está no altar também tem de rezar” e alertou que “as aclamações na Igreja nunca se fazem de joelhos, mas de pé”.

Aos leitores, o liturgista distinguiu que “não se trata de ler a Palavra”, mas “de a proclamar”. “É outra coisa, bem diferente. Sempre que se proclama a Palavra é Ele [Jesus] que nos fala”, sublinhou, garantindo que “exige uma grande preparação a quem a proclama para que a Palavra chegue a toda a gente”. O sacerdote disse que deve fazer-se “uma inclinação profunda ao passar pelo altar” e lembrou a importância de “ajustar o microfone” e “olhar primeiro para assembleia com um sorriso”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Nuno Coelho, que abordou a publicação do padre Leão Cordeiro sobre o tempo do Advento, aconselhou aqueles agentes litúrgicos a vivê-lo como Maria. “Que neste Advento, cada um de vós possa vivê-lo tão intensamente como Maria o viveu. Sede imitadores de Maria. Que cada um de vós, ao imitá-la, possa levar também Jesus àqueles que mais precisam de ajuda”, referiu o formador, acrescentando que o Advento implica a “consciência de preparar as comunidades para Jesus”. “É Ele que deve aparecer e estar presente e não o leitor ou o acólito”, alertou.

O cónego Carlos de Aquino informou que haverá uma segunda formação proposta na preparação da Páscoa que será constituída por uma reflexão sobre a “espiritualidade do tempo da Quaresma”, mas com encontros separados para leitores e acólitos.

O Advento, é o tempo (o primeiro) do ano litúrgico, que precede e prepara o nascimento de Cristo, constituído, no calendário religioso, pelas quatro semanas que antecedem o Natal.