Padre Samuel Camacho e Ricardo Starkey tiveram oportunidade de cumprimentar Francisco
Na delegação da organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, que esta manhã foi recebida no Vaticano pelo Papa, encontravam-se dois algarvios: o padre Samuel Camacho, assistente do Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, e Ricardo Starkey, membro também daquele organismo e do Comité Organizador Diocesano.
Ambos puderam cumprimentar Francisco com um aperto de mão e desejar-lhe as melhoras dos problemas de saúde que o têm afetado nos últimos dias. A audiência contou com a presença de centenas de pessoas, entre voluntários, parceiros empresariais e responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ 2023.
O Papa agradeceu na audiência de hoje pelos esforços que permitiram fazer do encontro de Lisboa “um núcleo de evangelização forte, de alegria e de expressão juvenil”. “Trouxe do encontro de Lisboa uma emoção muito grande e lembro, também, as pessoas simples”, disse Francisco, falando de forma espontânea com os participantes.
O Papa prestou homenagem ao trabalho de muitas pessoas e agradeceu particularmente ao presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, um “cardeal especial, um pouco enfant terrible, mas muito bom”. “Recordo tanta gente simples, tanta. Também me lembro dos pastéis, são muito bons”, acrescentou provocando as gargalhadas da assembleia.
Francisco explicou, depois, que devido ao seu estado de saúde, não podia “falar muito”. O texto preparado pelo Papa, para a audiência desta manhã, foi lido por monsenhor Ferreira da Costa, sacerdote português que trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano. “Começo por vos renovar a minha gratidão e a da Igreja inteira, concretamente dos jovens. Foi-vos confiada a realização daquele encontro mundial. E vós, fortes, com o auxílio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes”, refere o documento.
O Papa considera que a JMJ Lisboa 2023 conseguiu “trazer para o centro quem até agora tinha vivido marginalizado”, convidando a manter o compromisso neste “grande sonho comum”. “Continuai a sonhar juntos. Continuai a envolver, em ondas sucessivas, novos companheiros sonhadores de uma sociedade feita por todos e no respeito de cada um. Vou repetindo e fico contente ao ver que muitos já me fazem eco: todos, todos, todos”, apelou.
Francisco apontou, como prioridade, “trazer de volta e sentar à mesa comum quem ficou para trás”. “Meus amigos, não deixeis que nada se perca daquela JMJ que nasceu, cresceu, floriu e frutificou nas vossas mãos, extasiadas com a abundante multiplicação de pedaços de céu feitos gente que brotavam de todo o lado e até mesmo de onde não se esperava”, refere o texto.
O programa da visita a Roma da delegação da JMJ 2023 iniciou-se ontem com a celebração de uma missa na igreja de Santo António dos Portugueses, atribuída ao cardeal D. Manuel Clemente. O patriarca emérito de Lisboa afirmou que a JMJ “ultrapassou todas as expectativas” e fica na “memória viva que cria futuro”. “É tão grande, é tão inegável que, durante muito tempo, ficará não só na memória, mas na memória viva que cria futuro”, disse D. Manuel Clemente.
O patriarca emérito de Lisboa recordou a presença do Papa em Portugal e a “coisa espantosa” que constituiu a proximidade de Francisco com os jovens de todo o mundo, a “troca de olhares” com a multidão ao longo dos percursos no papamóvel. “Não é uma coisa do outro mundo, porque foi bem deste mundo, em Lisboa, durante aqueles dias”, acrescentou.
Para D. Manuel Clemente, a JMJ “é uma realidade daquelas que só Deus garante”, como aconteceu com a jornada de Lisboa, organizada e realizada no meio de “tanta perplexidade”. “A JMJ Lisboa 2023 foi uma manifestação claríssima, até porque ultrapassou todas as expectativas, de que as coisas de Deus são mesmo de Deus e, por isso, não têm apenas herança do passado, mas garantia do futuro”, sublinhou D. Manuel Clemente.
O patriarca emérito de Lisboa agradeceu a todos os colaboradores e parceiros da JMJ Lisboa 2023, que foi coordenada pelo cardeal D. Américo Aguiar, e o trabalho realizado ao longo de quatro anos.
O programa da delegação portuguesa, em Itália, inclui uma deslocação a Assis, após a qual, a viagem terminará com uma Missa, na igreja de Santo António de Pádua, em Roma, no domingo, a igreja que foi atribuída a D. Américo Aguiar pelo Papa Francisco, na altura da sua criação como cardeal.
A JMJ 2023 decorreu de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa no Parque Tejo.
com Agência Ecclesia