O presidente em exercício da Eurorregião luso-espanhola Algarve-Alentejo-Andaluzia falou ontem, em Bruxelas, das potencialidades do Baixo Guadiana e dos projetos em curso ou já realizados, sobretudo na área marítimo-turística.
O desassoreamento da barra do rio Guadiana, os projetos de recuperação do património, de ambiente e navegação marítimo-túristica estiveram no centro da intervenção que o também presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, David Santos, fez num “workshop” sobre Fronteiras Marítimas e Fluviais realizado no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades.
“O Baixo Guadiana é claramente uma área muito cara a esta Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia, com umas potencialidades na nossa opinião ainda não totalmente desenvolvidas, que têm a ver com o território, a competitividade ou o ambiente”, afirmou à agência Lusa David Santos, que exerce atualmente a presidência rotativa da Eurorregião.
O presidente da CCDR do Algarve frisou que o objetivo é “potenciar” territórios de baixa densidade ao longo desta região, quer do lado português quer do espanhol, e frisou que a Eurorregião Algarve-Alentejo-Andaluzia é aquela que tem “mais áreas classificadas”, com um total de 160.
“No que diz respeito ao Guadiana, começou em 1969 a vontade de desassoreamento do rio. E há boas notícias, porque houve questões ambientais que já foram ultrapassadas. Mas como se trata de dois países tem que depois haver uma Comissão Internacional de Limites, que já tem toda a documentação”, adiantou, frisando que numa primeira fase será feita a dragagem da foz.
David Santos disse que a Agência de Portos da Junta da Andaluzia já tem a verba para realizar os trabalhos de dragagem entre a foz e a Ponte Internacional do Guadiana, enquanto o lado português irá depois ser responsável pelo desassoreamento para montante da travessia rodoviária que liga o Algarve e a região espanhola.
O presidente da Eurorregião sublinhou, no entanto, a necessidade de “manter a característica endógena de região, pouco ocupada”, preservando o ambiente e a biodiversidade, que se faz “ordenando, mas dando a possibilidade de, por exemplo, através de barcos, se chegar o mais longe, se possível até Mértola”.
“Temos património cultural, histórico e natural, que é claramente hoje a grande aposta que existe na Europa e no Mundo inteiro”, afirmou ainda David Santos, acrescentando que o objetivo é “fazer com que estas zonas de baixa densidade se potenciem”.
O território do Baixo Guadiana abrange uma zona que inclui três municípios andaluzes (Ayamonte, Villablanca e El Granado) e quatro do lado português (Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Mértola).