
O Algarve volta a ser, a partir desta quinta-feira, o epicentro da gastronomia mundial de topo, reunindo mais de 40 chefs de 14 países, com mais de 60 estrelas Michelin, no Festival Internacional de Gourmet.
O hotel Vila Joya, na Praia da Galé, Albufeira, acolhe a 7.ª edição do International Gourmet Festival, que já se afirma como “o melhor evento gastronómico da Europa, senão mesmo do Mundo”, disse à Lusa Matteo Ferrantino, que divide com Dieter Koschina a cozinha do Vila Joya, o restaurante que há mais tempo detém duas estrela Michelin em Portugal.
O festival decorre a partir desta quinta-feira e até dia 17, com almoços e jantares, a maioria no Vila Joya, mas este ano também em locais novos, como o Monte Rei Golf & Country Club, a Herdade da Malhadinha Nova ou o hotel Conrad Algarve, que acolhe já hoje à noite um jantar de inauguração do evento.
O diretor criativo do Vila Joya, Gebhard Schachermayer, explicou à Lusa que o festival pretende chegar “a locais que partilham a paixão por uma hospitalidade e por uma gastronomia de topo”.
O evento, garantiu o responsável, é “mais que 12 dias de comida e de bebida”.
Aqui reúnem-se cerca de 40 chefs, que, entre si, somam mais de 60 estrelas Michelin, de perto de 15 nacionalidades diferentes. Destacam-se Joan Roca (El Celler de Can Roca, Espanha, três estrelas Michelin e o melhor restaurante do Mundo, segundo a revista Restaurant Magazine), mas também Alain Passard (L’Arpège, Paris, três estrelas) ou Quique Dacosta (Quique Dacosta, três estrelas).
“Não há competição entre eles, apenas o prazer de desfrutar de uma grande experiência culinária”, disse Schachermayer, afirmando que o evento tem “um enorme impacto no mundo da gastronomia em geral”.
Aliás, o IGF tem “mais impacto a nível internacional do que a nível nacional”, promovendo o país e, em particular, o Algarve e os produtos nacionais junto de um vasto público estrangeiro.
“Definitivamente, merece um apoio muito maior do que aquele que tem tido” por parte das entidades públicas nacionais, desabafou o promotor do festival que recebe apoios de mecenas e de parcerias com marcas de azeites, vinhos ou automóveis.
Mais de 70 por cento dos produtos utilizados pelos chefs são nacionais. Há produtos que têm de ser encomendados do estrangeiro, como foie-gras ou queijo mozarela, que não se encontram com a qualidade pretendida em Portugal, disse Ferrantino.
“Vamos à procura do produto onde ele é melhor, sem olhar para os preços”, disse o chef.
Esta procura de qualidade reflete-se, depois, nos custos da organização do festival e nos preços a pagar pelos clientes: cada refeição custa entre 350 e 600 euros, mas metade dos jantares já estão esgotados, ou quase.
Com este programa – dezenas de chefs e eventos a decorrer em vários sítios –, o IGF está hoje distante do seu formato original, quando surgiu em 2006 sob o título “Tribute do Claudia”, para homenagear Claudia Jung, proprietária do hotel e amante de gastronomia.
“Porquê tantos chefs?”, pergunta o diretor criativo, respondendo de seguida: “São eles que nos contactem, eles querem estar presentes no festival. É difícil dizer que não”.
Pela primeira vez, o festival ocorre em novembro – as edições anteriores realizavam-se em janeiro.
“A grande vantagem é que decorre no fim da época, quando temos toda a equipa [de cozinha e de sala] bem formada”, Matteo Ferrantino.
Para 2014, os organizadores dão uma garantia: o festival vai continuar a crescer e promete chegar a Lisboa.