"Ser agressivo com descontos, seja a nível hoteleiro ou do imobiliário, não é resposta", criticou Carlos Leal, em declarações à agência Lusa, à margem da 6ª Conferência Anual de Imobiliário organizada pela Câmara de Comércio Anglo-Portuguesa.

Leal, que é também diretor executivo da multinacional United Investments, considera que a estratégia dos concorrentes do Sheraton Algarve, que está integrado no ‘resort’ Pine Cliffs, está a prejudicar o mercado e vai atrasar a recuperação.

"Hotéis de cinco estrelas no Algarve hoje estão a praticar preços de três e quatro estrelas", denunciou, criticando esta prática, apesar da quebra na rentabilidade por causa da crise.

"Isso seria extremamente negativo e prejudicava a capacidade de recuperação do empreendimento quando o mercado voltar", justificou.

A opção do Pine Cliffs, que no ano passado foi distinguido com um World Travel Award de "Melhor Empreendimento Familiar", tem sido de "acrescentar valor", vincou, investindo em novos serviços.

Carlos Leal defende a "inovação de produtos" para atrair clientes, valor que o consultor Andrew Coutts considera estar a inspirar muitos dos novos empreendimentos turísticos em construção em Portugal.

Nos últimos anos, disse à Lusa, arrancaram projetos com fatores de diferenciação que têm em conta o mercado, nomeadamente que os potenciais clientes "não querem mais um ‘resort’ de golfe".

"[Os promotores] sabem que é preciso integrar a autenticidade do país, da região, do local, das pessoas", afirma o presidente do ILM Group, que presta assessoria ao setor hoteleiro em Portugal há vários anos.

Coutts está convencido de que o interesse pelo mercado imobiliário em Portugal, que sofreu com a crise internacional, "vai voltar", mas eventualmente sem a força da última década.

"Vai haver muitos projetos de grande nível mas com conceitos inovadores e isto é fundamental para o futuro", defendeu.

A Conferência teve lugar no Pestana Chelsea Bridge Hotel, a unidade do grupo português que abriu no início de março, e reuniu representantes de empresas dos sectores residencial e de turismo, advogados e instituições financeiras.

Lusa