A Igreja algarvia apela a que toda a sua ação, durante o próximo quinquénio, seja realizada como “caminho de unidade na diversidade de serviços” e como “expressão de comunhão construída e vivida na corresponsabilidade de todos os seus membros”, duas ideias que têm sido recorrentemente reforçadas pelo bispo da diocese.
Como propostas operativas para a execução do Programa Pastoral –, todas elas saídas da reflexão e partilha sinodal realizada em sintonia com a Igreja portuguesa no âmbito da proposta da Conferência Episcopal Portuguesa para “Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal” –, a Igreja diocesana indica a necessidade de as iniciativas a realizar privilegiarem a “exigência da formação cristã”, o “empenho criativo, ardente e frutuoso na Nova Evangelização”, a “descoberta de novas formas de exercício do ministério sacerdotal” e a “implementação da diversidade de ministérios laicais”.
Neste sentido, a Diocese do Algarve considera que a formação cristã “deve ser considerada prioritária, em todas as etapas da vida, e a todos os níveis, dando realce à dimensão mistagógica (que procura ajudar a compreender o mistério) e não apenas doutrinal”.
A Igreja algarvia defende ainda que “urge formar para a oração, ensinar a rezar, desde o seio familiar, de modo que a oração proporcione o encontro com Jesus Cristo, inspire a vida quotidiana, ilumine as opções pessoais e familiares e fortaleça nos momentos de provação”, assim como “urge conduzir às fontes da vida cristã, particularmente a Palavra de Deus e a Eucaristia, como meios imprescindíveis de progredir na maturidade espiritual e na perfeição da caridade”.
O Programa Pastoral aponta assim à “maturidade espiritual e eclesial” que proporcione “uma nova consciência do «ser Igreja»” e que leve a “participar corresponsavelmente na sua edificação e missão”, integrando todos os carismas, movimentos e novas comunidades eclesiais. “Todos os batizados devem sentir-se membros de uma Igreja missionária e evangelizadora, assumindo-se como convocados para participar na missão que Cristo lhe confiou”, refere a Diocese do Algarve, lembrando que “o mundo atual reclama dos batizados o testemunho coerente, ousado e corajoso, à semelhança dos apóstolos e presente em todos os âmbitos da vida desde os novos areópagos ao átrio dos gentios de hoje”.
O documento programático defende ainda que a “valorização do ministério ordenado”, através da vivência da sua “identidade própria” e do seu “serviço específico na Igreja”, conduzirá igualmente à “valorização da especificidade da vocação laical” (dos leigos, entenda-se não clérigos), bem como à “implementação da diversidade de ministérios” (serviços).
O Programa Pastoral alude ainda a “uma nova organização pastoral” que possibilite “progredir sempre mais na edificação de comunidades cristãs vivas na fé e no amor, abertas a todos, atentas e solícitas para com os mais necessitados”. Recorde-se que, neste âmbito, a diocese anunciou já o ensaio de algumas propostas de reestruturação pastoral que irão privilegiar os centros urbanos.
O Programa Pastoral, cujos quatro primeiros anos serão inspirados no conteúdo dos quatro documentos saídos do Concílio Vaticano II, resultou ainda da reflexão, discernimento e partilha, realizados em diversos âmbitos da Igreja algarvia – Assembleia diocesana, Conselhos Pastoral e Presbiteral, Departamentos de Pastoral, paróquias, movimentos, consagrados – e foi também inspirado na mensagem de Bento XVI durante a sua visita a Portugal.