A Igreja do Algarve reuniu na manhã do passado sábado, no complexo paroquial de São Pedro do Mar, em Quarteira, o seu bispo, sacerdotes, diáconos, religiosos, seminaristas e leigos para a apresentação do programa deste ano pastoral 2025/2026 que é dedicado à segunda parte da tripla exortação de São Paulo aos cristãos de Roma que incide no apelo a que sejam «Pacientes na tribulação».



A diocese algarvia está a viver um triénio pastoral, que começou em 2024, sob a perspetiva da alegria e da esperança até 2027, e que tem como lema geral «Sede alegres na esperança» (Rm 12,12).




Depois de um momento de oração com adoração eucarística com que se iniciou a manhã, o bispo do Algarve procedeu à abertura da assembleia diocesana que contou com a participação de membros das equipas de secretariados e setores diocesanos, das equipas responsáveis de movimentos e associações, dos Conselhos Pastorais Paroquiais ou outros organismos de corresponsabilidade pastoral paroquial, bem como de outros responsáveis.



D. Manuel Quintas referiu-se à “marca sinodal” da “comunhão, participação e missão” que a Igreja algarvia quer imprimir este ano, procurando implementar aquilo que é preconizado no documento final do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade – decorrido entre 2021 e 2024 e cuja fase de implementação decorre agora entre 2025 e 2028 – um dos acontecimentos eclesiais que o triénio pastoral 2024/2027 tem em conta. “Todos ao serviço da edificação de uma Igreja unida e fraterna que sabe dialogar, que sabe escutar e que sabe partilhar, enriquecendo-se com o contributo de todos e a integração daquilo que é específico de cada um, daquilo que são as nossas diferenças”, pediu.



O encontro prosseguiu com a apresentação, pelo vigário episcopal para a pastoral, do documento final do Sínodo dos Bispos e o padre António de Freitas apresentou igualmente o programa deste ano pastoral, referindo-se concretamente à segunda parte da exortação paulina que este ano é acrescentada ao triénio. “O objetivo é que neste segundo ano sejamos pacientes nas tribulações que nos vão sendo colocadas no dia a dia da vida, mas também no dia a dia da vida comunitária da nossa Igreja diocesana. A sinodalidade é o caminho para a Igreja no terceiro milénio e é o caminho também para a nossa Igreja diocesana”, afirmou.

Depois de lembrar que as prioridades pastorais do triénio são as dimensões eucarística, vocacional e performativa e que as oito realidades que as integram são a família, os jovens, o sentido de pertença comunitária, a sinodalidade e comunhão, a comunicação, a sustentabilidade eclesial, os ministérios e serviços e a ação caritativa e social, o sacerdote referiu-se concretamente aos objetivos específicos para este ano.

“Este Ano Pastoral é aquele que marca de modo mais concreto o nosso desejo e vontade de conhecer, aprofundar e implementar o Documento Final do último Sínodo dos Bispos”, refere o programa pastoral, acrescentando o desejo de a diocese se deixar guiar pelos “temas e conteúdos das Partes II e III” do documento sinodal, referentes, respetivamente, à “conversão das relações” e à “conversão dos processos”.
“Cada comunidade cristã, na sua especificidade, no seu contexto sociológico e religioso, tem que ser capaz de encontrar momentos de discernimento deste documento que estamos a aprofundar”, pediu o vigário episcopal para pastoral, lembrando que ele não tem de ser aplicado de modo igual em todas as paróquias ou comunidades “porque cada uma tem percursos diferentes, tem pessoas diferentes, tem contextos diferentes”. “Estão aqui estas sugestões, mas elas não esgotam o que se pode fazer a nível quer da conversão das relações, quer da conversão dos processos. As paróquias podem ir mais além e até podem transformar as sugestões que estão aqui. Isto são pistas e, a partir daqui, devem ser trabalhadas”, sustentou.
Lembrando que os desafios pastorais programáticos nasceram da reflexão do Conselho Diocesano de Pastoral, o sacerdote indicou três verbos que ressaltam do documento sinodal: “conhecer, aprofundar e implementar”.




No encerramento da assembleia, o bispo do Algarve sugeriu, no entanto, a substituição da primeira expressão verbal por “apreciar” e pediu a envolvência de todos na aplicação do documento final do Sínodo. Por outro lado, D. Manuel Quintas também apelou à consolidação da “organização paroquial em chave missionária”. “É esse caminho que nos está a ajudar a ser Igreja no Algarve”, considerou, pedindo ainda que se possa “continuar a privilegiar a dimensão eucarística como escola de sinodalidade e de comunhão eclesial”.


Na assembleia diocesana foi ainda apresentado um vídeo sobre os últimos 25 anos da ação pastoral da Igreja do Algarve, complementado com uma exposição que ali esteve patente composta pelos cartazes, programas pastorais e outros materiais editados ao longo daquele período.
com Samuel Camacho