O projeto “Findkelp – As florestas do fundo do mar”, do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, foi um dos quatro selecionados de entre os 35 concorrentes ao fundo e irá receber um prémio de 35 mil euros, revelou a universidade.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do estudo, Ester Serrão, explicou que as florestas marinhas de algas castanhas gigantes (em inglês “kelp”) têm um papel fundamental na biodiversidade marinha pois servem de habitat para inúmeras espécies.

“No meio terrestre, as florestas são os locais com maior biodiversidade e o mesmo acontece no mar”, refere a investigadora da Universidade do Algarve (UAlg), sublinhando que muitas destas florestas têm desaparecido.

As florestas marinhas servem muitas vezes como maternidade para várias espécies, sobretudo na fase juvenil, que ali se abrigam para se alimentarem e também para se esconderem dos predadores.

Segundo Ester Serrão, a zona do país onde parecem concentrar-se mais florestas marinhas é o Minho, embora também haja registos de terem existido na Arrábida e na Praia da Luz, no Algarve, embora agora já só existam a Norte de Sagres.

Para desenhar o mapa das florestas marinhas ao longo da costa, o autor do estudo, Jorge Assis, está a fazer mergulhos – e também a recorrer a mergulhadores voluntários – e a fazer inquéritos à comunidade piscatória.

Como causas possíveis para o desaparecimento das florestas marinhas, Ester Serrão aponta o aumento da temperatura e a pesca excessiva, já que a captura das espécies predadoras implica que proliferem mais herbívoros, que depois se alimentam da floresta.

Estas florestas existem normalmente em águas mais profundas e estão agarradas a zonas rochosas, pois não têm raízes.

As principais conclusões do estudo, que é o tema da tese de doutoramento de Jorge Assis, deverão estar disponíveis em 2012.

Folha do Domingo/Lusa