Bispo do Algarve considera que a formação vem ajudar a “imprimir um novo dinamismo e liderança pastoral nas comunidades cristãs” com “marca ministerial-laical”
Já teve início na passada segunda-feira, com 136 inscritos (incluindo cinco das vizinhas dioceses de Beja e Évora) o Curso Básico de Teologia da Diocese do Algarve para agentes de pastoral que irá prolongar-se até 2024.
A iniciativa, promovida através do Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve (CEFLA), que decorre em regime exclusivamente ‘online’, conta com 18 disciplinas semestrais lecionadas por 14 docentes, não apenas da Diocese do Algarve, mas também das de Beja e Évora.
Já as seis jornadas intensivas que o curso também contemplará, entre 2022 e 2023, levadas a cabo por cinco docentes (dois deles professores também das disciplinas), serão exclusivamente presenciais.
Cada uma das 18 disciplinas terá 13 aulas de 50 minutos (duas disciplinas à segunda-feira, das 21h às 22h50, e um à quarta-feira das 21h às 21h50).
A assiduidade e a avaliação serão obrigatórias para alunos que quiserem ter a classificação no certificado de participação, assim como para os candidatos ao diaconado permanente.
Tendo em especial atenção os possíveis candidatos ao diaconado permanente e animadores de comunidades, os destinatários são os mesmos da anterior edição do curso: professores de Educação Moral e Religiosa Católica, catequistas, orientadores de grupos da ‘Lectio Divina’, animadores de grupos de jovens, dirigentes do Corpo Nacional de Escutas, ministros extraordinários da comunhão, orientadores da celebração dominical na ausência de ministro ordenado, acólitos e leitores.
Na sessão inaugural do curso que decorreu no passado dia 13, o bispo do Algarve congratulou-se com todos aqueles que contribuíram para a sua realização. Em declarações ao ‘Folha do Domingo’, D. Manuel Quintas exortou os formandos a persistirem na formação, reconhecendo não ser fácil criarem as condições para usufruírem do curso, tendo em conta a compatibilização com a vida pessoal e familiar. Nesse sentido, garantiu aos formandos que não serão apenas eles que irão aprofundar a fé, conhecer os seus fundamentos e a razão de serem Igreja.
O bispo diocesano considerou que a sua disponibilidade para realizarem o curso revela neles um “grande desejo de ser melhor Igreja e mais Igreja”.
O bispo do Algarve situou o curso dentro dos objetivos do programa pastoral da diocese, sob o lema ‘Renovar pela transformação do Espírito’. “Só nos renovaremos e converteremos verdadeiramente à luz do Espírito conhecendo também, por exemplo, quem é o Espírito Santo, qual é a sua ação na Igreja e em cada um de nós e conhecendo com maior fundamento as verdades essenciais da nossa fé e do nosso ser Igreja”, afirmou.
D. Manuel Quintas lembrou que o programa pastoral refere precisamente a “necessidade de imprimir um novo dinamismo e liderança pastoral nas comunidades cristãs que têm de se abrir, necessariamente, a uma marca ministerial-laical”, tal como pede Papa e também a Conferência Episcopal Portuguesa que está a preparar um documento nesse sentido. “Este curso vem responder a todas essas aspirações e desejos e situam a nossa diocese numa linha muito atual em relação àquilo que são as propostas que a Igreja nos faz”, considerou.
Por outro lado, o bispo diocesano realçou que o curso vai acontecer nos próximos três anos que são os do Sínodo dos Bispos sobre o tema da sinodalidade e os de preparação e celebração da Jornada Mundial da Juventude de 2023 em Lisboa. “Certamente que tudo isto contribuirá para criarmos esse novo dinamismo pastoral nas nossas paróquias com leigos mais bem preparados na razão da sua vocação e da sua missão, também na razão da sua fé e da sua esperança”, sublinhou.
O diretor do CEFLA também considerou na sessão inaugural que este curso será “uma bênção para todos aqueles que persistirem e não desanimarem”. “Entendamos e vivamos este curso como uma missão que o Senhor nos entrega”, pediu o cónego Mário de Sousa.
O sacerdote lembrou ainda que “a teologia procura a verdade”. “Porque a verdade não é uma questão subjetiva, mas objetiva, ou seja, não depende da minha sensibilidade, mas existe independentemente de mim”, sustentou.
O diretor lembrou que “todas as ciências têm um objeto”, mas considerou o da teologia “especial” por tratar-se do “discurso sobre Deus”, o que disse implicar da parte de quem estuda, “a fé, iluminada e guiada pelo Espírito Santo” através de uma “reflexão orante”.