Jornada_mundo_ruralA identificação de dificuldades, a criação de parcerias ou a partilha de informação para dinamizar atividades agrícolas ou florestais são objetivos das “Jornadas do Mundo Rural”, a 04 e 05 de março, disse o presidente da Câmara de Alcoutim.

Osvaldo Gonçalves contextualizou a iniciativa e, em declarações à agência Lusa, explicou que a primeira edição das “Jornadas do Mundo Rural” surge na sequência de outras jornadas organizadas em Alcoutim sobre o mundo florestal e que o município considerou ser “importante alargar” a outras áreas de atividade características do interior nordeste do Algarve.

“Nesta nova versão, o que pretendemos é diversificar as intervenções e promover toda uma ação concertada naquilo que é o mundo rural. Obviamente que a floresta tem o seu lugar, e um lugar importante, mas não podemos esquecer a parte agrícola, dos apicultores ou a parte cinegética, entre outras”, afirmou o autarca.

As “Jornadas do Mundo Rural” estão marcadas para 04 e 05 de março e vão “trazer para a discussão os problemas que existem no território e que são sentidos pelos diversos setores” de atividade, acrescentou o autarca, adiantando que conta com painéis de oradores compostos por “pessoas com know-how ou responsabilidades a nível regional ou nacional”.

Estes participantes vão ajudar os produtores locais, “ouvindo as suas preocupações e ajudando a encontrar soluções que vão ao encontro das suas necessidades”, disse Osvaldo Gonçalves, exemplificando: “De que vale termos de forma desgarrada e espalhada pelo concelho 10, 15 ou 20 apicultores, se eles sentirem dificuldade em agregar-se para criar escala no escoamento desses produtos e não tiverem ninguém que os apoie?”.

“Um dos objetivos é precisamente tentarmos aumentar a mais valia que cada uma das pessoas representa em termos individuais, apoiá-las a agregarem-se e a valorizarem o seu trabalho e, por essa via, tornar as coisas mais sustentáveis em termos financeiros ou económicos”, disse ainda o autarca.

Osvaldo Gonçalves acrescentou que há áreas em que é necessário estar atualizado, como a “reconversão do olival”, e é preciso “olhar para esta nova fase e como uma nova forma de trabalhar o olival, adaptada às necessidades e às exigências dos mercados atuais”.

“Temos que estar próximos destas pessoas, destes produtores e tentar ajudá-los a encontrar soluções para modernizarem o seu trabalho e chamamos à ação os parceiros que nos poderão ajudar a fazer esse trabalho e a criar essas sinergias”, frisou.

Osvaldo Gonçalves apontou também a produções de animais da raça caprina algarvia como um dos “produtos autóctones, com valor, que se não forem valorizados se tornam num património que fica esquecido”.

“Queremos apostar no que é nosso, no genuíno, como uma forma de crescermos e garantirmos a nossa sustentabilidade futura”, defendeu, realçando também o contributo destas atividades na fixação de jovens em Alcoutim, um dos concelhos mais afetados pela desertificação do interior e pelo envelhecimento populacional.

A sessão de abertura das jornadas contará, além do autarca, com a participação do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres.