O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) vai promover a 26 e 27 de setembro, em Fátima, as suas jornadas anuais, com o tema ‘Jornalismo e Inteligência Artificial’.

Isabel Figueiredo, diretora do SNCS, disse à Agência Ecclesia que as Jornadas Nacionais de Comunicação Social têm uma componente teórica e outra prática para que os participantes “possam, efetivamente, pôr as mãos na massa”.

O programa, divulgado pelo SNCS, vai contar com a participação de Francisca Seabra, CEO Burson, uma agência de comunicação e Relações Públicas, que vai refletir sobre «Comunicação, criatividade e inteligência artificial».

A tarde do primeiro dia das Jornadas vai convidar os participantes, de uma forma prática, a abordarem as ferramentas da IA para o jornalismo, num Workshop, da responsabilidade do Cenjor, Escola de Formação profissional para jornalistas.

O segundo dia vai juntar, numa mesa redonda, em torno do tema «Jornalismo artificial?» o padre Miguel Neto, da Diocese do Algarve, que vai falar sobre «Literacia mediática para todos, todos, todos»; Isadora Ataíde Fonseca, da faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa sobre o tema «Verdade entre confrontos de certezas»; e a jornalista do Expresso Joana Beleza que vai falar sobre «Inteligência Artificial e Jornalismo: uma Carta de Princípios».

A conferência de encerramento ficará a cargo de Mara de Sousa Freitas, diretora do Instituto Bioética, da UCP, que irá abordar «Inteligência artificial: Desafios éticos»; este momento conta com a moderação do padre Tiago Melo, Diretor-Geral da Paulus.

A abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social será feita por D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais a por Isabel Figueiredo, diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

A diretora do SNCS destaca a presença de “um conjunto de oradores que asseguram a qualidade das apresentações” e que vão ajudar a alargar os “conhecimentos sobre um tema tão atual e sobre o qual tanto se fala”, acrescenta. “Como já tem sido hábito, teremos workshops que nos permitem pôr em prática algumas ferramentas relacionadas com o uso da inteligência artificial no exercício da comunicação social e, de um modo concreto, do jornalismo”, indica ainda Isabel Figueiredo, espaços de exercícios práticos que vão ser coordenados pelo Cenjor (Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas).

Neste encontro de profissionais da comunicação social, o SNCS vai homenagear o cónego António Rego nos 60 anos da sua ordenação sacerdotal. “Tínhamos a obrigação, o dever e o gosto de fazer uma homenagem particular a um homem que foi decisivo em termos de comunicação social e, concretamente, em termos de comunicação social da Igreja, o cónego António Rego, meu antecessor nestas funções do secretariado”, sublinhou Isabel Figueiredo.

“As homenagens fazem-se enquanto as pessoas estão cá e ele merece”, acrescentou.

O Papa dedicou a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2024, celebrado a 12 de maio, ao tema ‘Inteligência artificial e sabedoria do coração’. “É importante ter a possibilidade de perceber, compreender e regulamentar instrumentos que, em mãos erradas, poderiam abrir cenários negativos”, assinala o texto.

Francisco observa que os sistemas de inteligência artificial podem “contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações”, mas, alerta que, simultaneamente, podem ser instrumentos de “«poluição cognitiva», alteração da realidade através de narrações parcial ou totalmente falsas”, mas acreditadas – e partilhadas – como se fossem verdadeiras.

Neste sentido, aponta para o problema da desinformação que se enfrenta, “há anos, no caso das ‘fake news’ e que hoje se serve da ‘deep fake’”, da criação e divulgação de imagens que parecem “perfeitamente plausíveis mas são falsas”, e lembra que já lhe aconteceu também “ser objeto delas”, algo que “distorce as relações com os outros e com a realidade”.

Agência Ecclesia