Em causa está o valor das propostas apresentadas em concurso público para a construção da estrutura, que violam em mais de 100 milhões de euros o limite de 260 milhões que foi determinado pelo Estado.

Os valores contidos nas duas propostas apresentadas (Teixeira Duarte, com 372 milhões, e Ferrovial, com 410 milhões) terão que baixar ou terá que ser lançado novo concurso, já que o Governo diz que não adjudicará a obra acima do comparador público.

O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, já manifestou, em declarações à Lusa, a sua preocupação pelo facto de a violação do limite definido pelo Estado poder atrasar todo o processo e a própria obra.

Em comunicado, o socialista Miguel Freitas diz não querer tirar conclusões "precipitadas" relativamente ao concurso para a construção da unidade e afirma que a negociação, que considera "difícil", não deve ser condicionada.

O também deputado algarvio sublinha ainda que os concorrentes só agora conhecem o teor das propostas e que "ainda há muitos lances a jogar", pelo que, sendo esta uma fase crucial do processo, é preciso acreditar que as negociações chegarão a bom termo.

"Do que conheço não há nada de absolutamente anormal nem de absolutamente inultrapassável relativamente a este processo e portanto não se pode tirar ilações precipitadas", frisou Miguel Freitas, apelando à "confiança nas partes".

O líder do PS/Algarve solicitou mesmo uma reunião ao Governo, que terá lugar na próxima sexta-feira, para se inteirar de todos os aspectos relacionados com o processo, conclui o PS/Algarve em comunicado.

O futuro Hospital Central do Algarve servirá uma população de cerca de 800 mil habitantes (o dobro da população algarvia), contando com a afluência sazonal de turistas.

A nova unidade deverá ter 524 camas para internamento e um bloco operatório com 10 salas, sendo que a área de consulta externa terá 66 gabinetes, onde se poderão realizar anualmente cerca de 220 mil consultas.