Recupero e adapto para aqui um dos meus escritos, do meu velhinho blog, acerca da ternura.

Dizia por lá que “a revolução da ternura traz sempre realismo e beleza à vida”. E continuava assim:

“Pois é… a ternura! Gosto de imaginá-la a impregnar os heróis românticos dos filmes, dos livros e da vida, com uma aura de não-sei-o-quê que os torna irresistíveis, mesmo que bravos, duros e (suposta e erradamente) maus. Gosto da frase, atribuída, julgo, a Che Guevara, que diz que nem o maior revolucionário abandona a ternura. Gosto de imaginar que teremos sempre essa capacidade de nos enternecermos e de enternecer, mesmo quando às voltas com as maiores revoluções, nossas e dos outros. Gosto de constatar que sempre gostei disso nas pessoas, que isso sempre fez a diferença.

E 8 anos depois, mantenho, ainda com veemência, tudo o que lá escrevia.

Continuo a correr o risco de me acharem lamechas, eu sei que sim. Aliás, há dias dizia a alguém, que sinto, às vezes, esse preconceito, essa certa associação pejorativa que se faz, entre estas coisas dos afetos e da ternura, (que defendo e com as quais me identifico), e a ingenuidade e uma certa maneira nhó nhó nhó de ser.

Pois… nada mais errado.

Não há nada mais exigente nos dias que correm, que ser-se afetuoso, cortês, educado e simpático; nada mais exigente, difícil e necessário. Nas organizações, nas chefias, nos cargos de liderança, na vida no geral. Exigentíssima, esta tarefa… e acho que aos 50 já não mudo esta minha forma de pensar. Pois….