Ocorre em Agosto próximo o centenário da sagração episcopal dessa sempre lembrada figura do clero algarvio, que foi o saudoso Bispo D. Marcelino António Maria Franco. Uma efeméride de singular significado para a Igreja do Algarve esta que representa um século de vida sobre aquela data em que na Igreja Mãe, que é a Sé Catedral de Faro, em pleno mês de Agosto e tendo como sagrantes D. António Mendes Belo (Cardeal Patriarca de Lisboa) D. Manuel Mendes da Conceição e D. António Alves Ferreira (Bispos de Évora e de Viseu), viu um dos seus filhos assumir os destinos da sua Diocese Natal.
Nascido em Tavira (Paróquia de Santa Maria do Castelo), a 14 de Julho de 1871, frequentou o Seminário de São José, em Faro, cidade onde faleceu a 3 de Dezembro de 1955 e está sepultado na Capela Mor da Sé Catedral. Foi uma vida de militância sacerdotal em difíceis tempos, de sobremodo pela implantação da República e o clima anticlerical que então, com todas as vicissitudes conhecidas, o tavirense ilustre soube enfrentar e levar por diante um propósito de recristianização da sua província. Fê-lo quer em funções paroquiais, como de âmbito diocesano numa colaboração plena aos seus Pastores (D. António Mendes Belo e D. António Barbosa Leão, que o antecederam.
Já como Cónego e membro do Cabido Diocesano, a sua ação seria fundamental, de que é testemunho a «Folha do Domingo», como resposta efetiva à proibição e entraves da divulgação da evangélica mensagem. Foi nomeado Bispo do Algarve pela Santo Padre Bento XV, pela Bula «Comission humilitate nostrae», dada em Roma aos 15 de Maio de 1920.
Ao longo da sua vida, que a fez num autêntico e dedicado espírito de uma vocação concretizada, realizou todo um apostolado de excelência, com uma nota de humildade e de afetividade. Entre outras recordamos este Bispo que na nossa vida de cristãos teve um pilar de referência já que nos administrou os Sacramentos da Iniciação Cristã (Reconciliação, Eucaristia e Crisma) as peregrinações a Fátima, os Congressos da Ação Católica, as festas em honra de Nossa Senhora de Lurdes, as Comemorações Centenárias, as vindas da Imagem Peregrina da Senhora do Rosário e toda a sua entrega à missão que lhe fora confiada e em que tão esforçadamente se houve ao longo de 35 anos, havendo contado nos últimos com a renovada e entusiástica colaboração do Bispo Coadjutor D. Francisco Rendeiro (O.P.). O Algarve vai por certo assinalar esta data em torno de uma figura de um seu filho que foi também seu dedicado Pastor!