Este projeto, sob a orientação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), insere-se num plano de ação estratégico de requalificação e valorização da Ria Formosa, e tem por objetivo a criação de uma nova ponte de acesso à Praia de Faro, requalificação do acesso viário e criação de um parque de estacionamento exterior, promovendo uma melhoria da mobilidade urbana ao criar ainda uma ciclovia e uma via de acesso pedonal.
O projeto terá duas fases, uma para a sua elaboração após a aprovação, que terá a duração de dois meses, e outra para a sua execução final, que consiste na apresentação da candidatura aos fundos comunitários e a abertura do projeto a concurso público. As obras também serão feitas de forma faseada, com a construção ponte e renovação do acesso à praia, desde o aeroporto, feitos numa primeira fase e o parque de estacionamento a ser feito numa fase posterior.
As obras, que devem ter início em 2013, têm um investimento de 2,3 milhões de euros para a construção da ponte e do acesso e 1,5 milhões de euros para a construção do novo parque de estacionamento exterior. O financiamento será feito através do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), que é apoiado por fundos comunitários FEDER e Fundo de Coesão, em 70% e pelo capital social Polis Ria Formosa em 30%, valor que já inclui uma contribuição da Câmara.
O projeto tem como objetivo preservar e valorizar o espaço natural da Ria Formosa, como tal serão também construídas três passagens hidráulicas de modo a permitir a passagem da água e a sua oxigenação. Para além destas novas passagens hidráulicas, a nova estética da ponte irá permitir que mais embarcações circulem de um lado para o outro da ria.
A nova ponte, que continuará unicamente com uma via de acesso para automóveis, está projetada em 175 metros de comprimento e 11 metros de largura, sendo que apenas 3,5 metros seriam utilizados por veículos motorizados e as vias pedonais e clicáveis ficariam com 2,5 metros cada. Esta ponte irá ser construída do lado esquerdo da já existente, no sentido Faro-Praia, sendo que a ponte atual só deixará de funcionar, sendo posteriormente demolida, quando esta primeira fase da obra estiver concluída.
As obras da nova ponte deverão ser rápidas, com a primeira fase do projeto a ter a duração prevista de 600 dias, já que a ponte será pré-fabricada. Uma solução que os representantes do projeto consideram ser a melhor já que possibilitará uma construção mais rápida e mais barata.
Paralelamente à estrada que dá, por enquanto, acesso à ponte irá ser construído um passadiço de madeira para peões e bicicletas, este passadiço, que será construído também na parte esquerda no sentido Faro-Praia, terá a meio uma zona de paragem, com sombra e local de descanso para quem pretender relaxar ou apenas observar a vista que a zona permite.
Na segunda fase das obras, será construído o parque de estacionamento exterior que terá 925 lugares, sendo que 10 serão para pessoas com mobilidade limitada e 9 para transportes coletivos. A ligação entre este parque de estacionamento exterior e a Praia será feita através de transportes públicos, sendo a sua conclusão prevista para 180 dias após o início destas obras.
Para além destas novas infraestruturas, o projeto pretende também alterar a entrada na Praia de Faro, tornando o acesso a pé e de bicicleta mais fácil. Será, também, construída uma rotunda seguida de uma cancela que será fechada quando todos os lugares estiverem ocupados, complementada com uma sinalética que avisará os condutores quantos lugares vagos existem no parque e dentro da ilha.
Para Valentina Calixto, presidente da Sociedade Pólis Ria Formosa, a intervenção «é considerada pela tutela como um projeto associado à minimização de riscos», logo, «prioritária». Macário Correia, também considera este projeto prioritário, uma vez que a ponte atual tem cerca de 50 anos e sofreu obras há 20.
Para o presidente da Câmara Municipal de Faro, a ponte apresenta já um risco para os seus utilizadores, afirmando mesmo que “a ponte desafia as leis da engenharia civil, há pilares que ficaram suspensos e não têm a sua função de suporte”, tendo por isso sido posta de parte a sua recuperação, já que os custos de uma obra de recuperação seriam “quase idênticos”.
Liliana Lourencinho