O padre António Moitinho alertou no passado sábado os agentes das Cáritas paroquiais do Algarve como devem viver o Jubileu.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Como podemos então marcar este tempo de Jubileu, este Ano Santo, para que não seja mais um ano simplesmente a ajudar o próximo?”, questionou o sacerdote que foi o convidado do VI Encontro Diocesano das Cáritas Paroquiais, realizado em Faro, no largo da Sé, nas instalações da Cáritas Diocesana do Algarve.

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“Cada um é convidado a viver o Jubileu, reforçando o amor ao próximo, a gratidão e o serviço. O amor ao próximo, não neste sentido simplesmente do habitual, do dia-a-dia, mas no sentido de reforçar que este é um tempo especial de graça”, respondeu, advertindo sobretudo para o risco de o Ano Jubilar “passar um bocadinho ao lado” se for “muito difícil distinguir a ação diária da do tempo jubilar”.

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O padre António Moitinho juntou ainda quatro desafios que defendeu deverem ser abraçados por aqueles que se dedicam à pastoral sociocaritativa. “Sentir compaixão por cada um daqueles que procuram ajuda”; “Promover o sentido comunitário como grupo de voluntários da Cáritas e dar a conhecer a missão à comunidade”; “Dar a conhecer ao povo verdadeiramente que a Cáritas não é só simplesmente um departamento que dá e as pessoas vão lá buscar”; “Promover em todos os cristãos o compromisso da defesa da dignidade da pessoa, de forma especial, os mais pobres e vulneráveis, com o convite à conversão na comunidade”, enumerou.

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O sacerdote, que abordou o tema “A Caridade em tempo jubilar”, começou por fazer o enquadramento do surgimento e evolução do Ano Jubilar ao longo da história, lembrou que existem dois tipos de jubileus – ordinários e extraordinários – e que eles têm “um impacto duradouro da vida da Igreja e na sociedade”. “Eles serviram para momentos de reflexão, de renovação espiritual, de reafirmação da fé católica”, sustentou, acrescentando que “as peregrinações e indulgências oferecidas durante o Ano Santo, criam oportunidades únicas para os católicos procurarem reconciliação com Deus, a promoverem a caridade e a fortalecerem o seu compromisso com a sua vida cristã”.

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“Tendo em conta estas realidades, podemos então perceber como é que podemos ligar o Jubileu e a caridade”, prosseguiu, acrescentando: “Sabendo que a caridade constitui uma das principais caraterísticas da vida cristã, por este motivo não se pode pensar que a peregrinação e a celebração da indulgência jubilar possam ser relegadas a uma forma mágica, pois é a vida caritativa que lhe dá um sentido único, último e eficaz. Portanto, a caridade é um sinal proeminente da fé cristã, sendo uma das virtudes teológicas e uma forma específica de credibilidade”, justificou, lembrando que “a fé e o amor constituem a identidade do cristão”.

Neste sentido, evidenciou ser “a fé que permite que o amor seja caridade”.

VI Encontro das Cáritas Paroquiais no Algarve evidenciou aquelas organizações como “coordenadoras da caridade”