Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Mário de Sousa exortou cada um dos cerca de 180 acólitos que participaram nos passados dias 20 e 21 deste mês no Dia Diocesano do Acólito em Lagoa a um duplo objetivo que pediu que “nunca dissociem”: “ser feliz, mas ser feliz contribuindo para a felicidade dos outros”.

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O sacerdote, que abordou o tema “O papel dos jovens na Igreja atual”, alertou na intervenção que teve lugar no sábado na igreja matriz que naquela finalidade reside “o que distingue um cristão de um pagão”. “Um pagão pensa apenas em si e nos seus interesses, pois não tem razões maiores e mais profundas para a sua vida”, alertou o orador, explicando que quem assim pensa “nunca conseguirá encontrar a verdadeira felicidade”. “Ao viver tão preocupado com o primeiro objetivo, consigo mesmo, a sua felicidade, não consegue abrir-se ao segundo: o que posso fazer para transformar o mundo”, sustentou, lembrando que “um seguidor de Jesus tem outra perspetiva, a de Jesus”, ou seja, “a de procurar a sua própria felicidade como uma consequência de um ato de amor: ajudar também os outros a encontrá-la”.

Tendo começado por explicar que não se pertence à Igreja “por vontade própria” como quem se associa a uma “coletividade”, mas “por pura graça e por puro dom” porque se é “chamado”, o orador destacou que Jesus chama cada um “a uma relação pessoal com Ele” “e a viver esta amizade numa comunidade em que cada um dos membros dessa comunidade foi chamado ao mesmo”.

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Lembrando que “o acólito é aquele que segue” a Cristo, o sacerdote destacou que “seguir Jesus implica gastar a vida por amor”. “Jesus chama cada um para uma missão concreta e pessoal”, complementou, lamentando que muitos jovens tenham “critérios de vida muito iguais àqueles que não acreditam em Deus”. “Na prática, quando têm de tomar decisões, muitas vezes tomam-nas como se não tivessem fé, ou seja, a sua amizade com Jesus conta pouco. Muito jovens cristãos dizem-se seguidores de Jesus, mas confiam pouco em Jesus”, observou.

Alertando ser “na juventude que se tomam as grandes decisões da vida”, o padre Mário de Sousa aconselhou os acólitos, ao tomá-las, a “ouvir” Jesus porque “aquilo que Ele quer de cada jovem é a sua felicidade”. “Só seremos verdadeiramente felizes se correspondermos ao chamamento que Ele tem para cada um de nós”, advertiu, considerando que “ser jovem na Igreja implica construir uma vida atrás d’Ele, ou seja, viver com coragem, com confiança, procurando descobrir a missão que Ele tem” para cada um. “Viver como Igreja, ou seja, como discípulo de Jesus, implica ter disponibilidade interior para se deixar conduzir por Ele”, acrescentou.

“E depois há um segundo passo: o Senhor chama-me, a que quando descubra o chamamento que Ele me faz, não tenha medo. O medo faz-nos tomar decisões que vão envenenar a nossa vida toda”, prosseguiu, desafiando os jovens a não terem “medo de arriscar”.

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O sacerdote afirmou ainda que “a vocação é um chamamento que Deus tem para cada jovem, para cada membro da Igreja”. “É na correspondência a essa vocação, a esse chamamento que o Senhor faz que se enquadram todos estes chamamentos desta missão a que Ele chama toda a gente, mas cada um na sua missão específica”, referiu, assegurando ser na correspondência a esse chamamento que se pode “encontrar verdadeiramente a resposta ao primeiro objetivo: ser feliz”.

O acólito (termo de origem grega que significa “seguir”) ajuda o clero católico no serviço do altar, podendo também ser solenemente instituído, o que acontece no âmbito da formação para o sacerdócio.

Conferência do padre Mário de Sousa: