O padre Miguel Ângelo Pereira, nomeado pároco da paróquia de Ferragudo pelo bispo do Algarve, assumiu no último domingo o serviço pastoral naquela comunidade em missa presidida por D. Manuel Quintas na igreja paroquial.

Na eucaristia de tomada de posse, o prelado começou por explicar que aquela celebração pretendia também louvar a Deus pelo “dom” do pároco cessante, o padre Joaquim Soares, que, ao longo de 12 anos, “já numa idade de grande fragilidade, serviu a paróquia com muita dedicação e generosidade”, “até ao limite das suas forças e da sua capacidade de serviço”. “Sou grato ao Senhor por estes 12 anos e pelos outros 14 em que esteve no Algarve, depois de ter servido muitas outras dioceses e até os emigrantes na Alemanha”, afirmou o bispo do Algarve.

D. Manuel Quintas evidenciou ainda que, não obstante o novo pároco, “novo em idade e novo no sacerdócio”, não ter essa experiência, “tem um grande sentido de serviço, de dedicação e de querer fazer e aprender a ser melhor e a ser mais”. “Queremos dizer-lhe que ele não vai estar sozinho. Vamos estar todos muito próximos dele com a nossa oração, amizade e presença. Poderá contar sempre connosco”, assegurou, lembrando que “na Igreja não há ruturas” mas “continuidade de serviço”.

O prelado apelou ainda à corresponsabilidade na paróquia “segundo os dons e as qualidades” de cada um. “Quanto melhor entendermos qual é a missão do padre, mais corresponsáveis nos sentimos porque o padre deve ser, acima de tudo, referência de Deus. E quando numa paróquia o padre tem de ser tudo, deixa de ser alguma coisa e é um empobrecimento muito grande”, alertou, frisando que o padre deve ser “sinal do amor de Deus” e “presença de Deus no meio do povo através dos sacramentos”. “É para isso que ele recebe o dom do ministério ordenado do sacerdócio”, complementou.

Neste sentido, D. Manuel Quintas deixou claro que “a primeira missão de um padre numa paróquia ou de um bispo numa diocese é servir, é ensinar, anunciar o evangelho”.

O bispo diocesano advertiu ainda que “nenhum pároco está sozinho na sua paróquia”, nem “nenhuma paróquia é uma «ilha» desligada das outras paróquias e da diocese”. “Um pároco está sempre em comunhão com o bispo e também em união com os restantes colegas”, sustentou.

Dirigindo-se aos paroquianos, D. Manuel Quintas lembrou que a comunidade deve pensar na subsistência do pároco. “Estou certo que não lhe vai faltar esse apoio, não só humano mas também material”, afirmou, exortando os paroquianos a rezar todos os dias pelo seu novo pároco, para que ele seja “homem de Deus”.

Após a homilia, que tinha sido precedida pela leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja, da entrega simbólica da chave do sacrário e da assinatura do auto da tomada de posse, seguiu-se a renovação das promessas sacerdotais do novo prior.

A parte mais simbólica da eucaristia teve continuidade com a visita aos lugares mais significativos da igreja para o exercício do ministério do novo pároco: o sacrário, a pia batismal e a cadeira presidencial, onde foi convidado a sentar-se.

No final da eucaristia, alguns representantes dos serviços, movimentos e grupos da paróquia agradeceram o contributo do pároco cessante e deram as boas-vindas ao novo prior, entregando-lhes algumas lembranças.

O padre Joaquim Soares, de 86 anos, agradeceu a todos emocionado. “Que o povo de Ferragudo se sinta plenamente orgulhoso porque vai ser servido pelo padre Miguel”, pediu o sacerdote que regressou a Lixa, freguesia do concelho de Felgueiras, de onde é natural.

O novo pároco, de 32 anos, manifestou a sua disponibilidade para o novo serviço. “Na minha pobreza, na minha fraqueza e no «vaso de barro» que sou, estou pronto para servir. Podeis contar comigo”, afirmou.