O Conselho de Ministros aprovou a 27 de janeiro o POPNSACV, mas de imediato os presidentes das câmaras de Alzejur, Odemira, Sines e Vila do Bispo exigiram a revogação daquele plano de ordenamento. A sexta versão do documento foi apresentada aos autarcas em março de 2010.

Os quatro autarcas pediram mesmo a demissão do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, a quem acusam de ser o “verdadeiro obreiro” e protagonista de “toda esta trapalhada”, apontando igualmente o dedo à ministra, Dulce Pássaro, por não estar “de boa fé” neste processo.

Em conferência de imprensa, os quatro autarcas chegaram mesmo a acusar a tutela de ter um comportamento ”indigno, arrogante e prepotente”, criticando fortemente a postura do Ministério do Ambiente, que fez aprovar o plano sem que tivesse dado “conhecimento atempado” da versão final do documento aos municípios.

Os presidentes das Câmaras de Aljezur (PS), Vila do Bispo (PS), Odemira (PS) e de Sines (independente), defendem que o plano aprovado “não está sustentado pelo rigor científico, nem é compatível com a realidade local em todos os domínios”.

Classificam o plano aprovado como “atentatório ao turismo sustentável em espaço rural e prejudicial às atividades agrícolas tradicionais”, e que contribuirá para “o abandono do território, com uma agressão sem precedentes aos valores ambientais e biodiversidade”.

“Sempre dissemos que não pactuaríamos com o quer que fosse, quando estivessem em causa os interesses das populações e o desenvolvimento equilibrado do território”, sublinharam os autarcas, que se sentem “ignorados, desconsiderados e subalternizados” pelos vários governos.

Lusa