
A polícia britânica que está a investigar o desaparecimento de Madeleine McCann em 2007 no Algarve divulgou na segunda-feira mais quatro retratos-robô de homens que quer localizar, incluindo dois portugueses, afirmando estar a seguir várias linhas de investigação.
Uma das situações que querem clarificar, segundo disseram as autoridades britânicas num programa transmitido pela BBC, é a presença de vários homens de “cabelo claro” nas imediações do apartamento da família McCann, nos dias anteriores e no dia do desaparecimento, 03 de maio de 2007 na Praia da Luz, concelho de Lagos, e que foram descritos por testemunhas como tendo aspeto escandinavo e falando alemão ou holandês.
Estes homens, vincou Redwood, foram vistos a rondar o apartamento vazio a diferentes horas do dia com um ar considerado suspeito pelas testemunhas, tendo sido na segunda-feira divulgado o retrato-robô de dois deles.
O caso “tem todos os sinais de um rapto planeado, o que necessitaria de reconhecimento do local”, explicou.
A polícia britânica quer também localizar um grupo de homens que andou a fazer recolha de donativos para solidariedade juntou ou dentro do complexo, e que os detetives acreditam serem fraudulentos.
Dois destes indivíduos, que terão abordado turistas na rua ou batido à porta de apartamentos, eram ou aparentavam ser portugueses e o retrato-robô deles também foi tornado público.
Um teria cabelo ondulado de comprimento médio, idade entre os 25 a 30 anos e falava bem inglês, enquanto outro teria entre 40 a 50 anos, cabelo curto escuro e ligeiramente cinzento dos lados, tendo apresentado um cartão de identificação, um caderno e um livro de recibos.
A Scotland Yard está ainda interessada em saber mais pormenores e falar com vítimas de uma série de furtos a apartamentos do complexo turístico entre janeiro e abril de 2007, incluindo dois no mesmo prédio onde a família McCann passou férias.
Este interesse está relacionado com a possibilidade de um cenário em que Madeleine teria perturbado alguém a roubar o apartamento.
Andy Redwood referiu que há registo de um furto um ano antes num apartamento diferente, mas semelhante ao dos McCann, na extremidade do complexo, perto de um parque de estacionamento e em que a entrada foi forçada por uma porta do terraço.
Embora note que os furtos foram reduzidos e os bens roubados pouco valiosos, constatou que “nunca foi apanhado ninguém relacionado com roubos”.
Esta informação foi divulgada no programa da estação pública britânica, chamado Crimewatch e dedicado à emissão de apelos públicos para obter informação relativa a crimes.
Depois do Reino Unido, o mesmo tipo de apelo será feito na Alemanha, Holanda e Irlanda, países de onde são originários muitos dos turistas que frequentavam a estância balnear da Praia da Luz.
A polícia britânica já tinha divulgado na segunda-feira dois retratos robô de um mesmo homem avistado naquela noite e que também transportava uma criança em pijama, razão pela qual a quer identificá-lo, e descartou o interesse num anterior suspeito.
A investigação britânica intitulada “Operação Grange” visa rever o caso com base no material recolhido pelas polícias portuguesa e britânica e vários detetives privados, tendo sido identificadas 41 pessoas de “interesse”, incluindo vários portugueses e 15 britânicos.