A abertura ao público da praia da ilha da Fuseta, após a reposição de areias arrastadas pelas intempéries, vai permitir recuperar uma economia que tinha “florescido” nos últimos anos com o turismo, disse hoje o presidente da Câmara de Olhão.
António Miguel Pina, presidente da Câmara de Olhão, município ao qual pertence a ilha da Fuseta, uma das ilhas barreira da Ria Formosa, falou à agência Lusa da abertura das duas áreas concessionadas da praia, após a intervenção realizada pela Sociedade Pólis em cerca de 200 metros de costa, o que permite agora pôr fim a vários meses em que a economia local se viu afetada pela impossibilidade de utilização dessa área balnear.
“[A abertura] É importante para o concelho e particularmente para a Fuseta, porque temos vindo a crescer e a notabilizarmo-nos como uma praia de excelência, uma das melhores do Algarve, e toda a economia que tinha vindo a florescer na Fuseta em volta do turismo estava afetada por ter a praia como tinha, fruto das intempéries registada este inverno”, afirmou o autarca algarvio.
O presidente da Câmara de Olhão frisou que “a influência negativa” do encerramento da zona balnear pela falta de areal foi visível “naqueles dois concessionários e nos transportes de barco” para a ilha, “mas também em toda a restauração, mesmo na Fuseta [já no território continental], e no aluguer e arrendamento de habitações” a visitantes que escolhem a zona para férias.
Questionado sobre se as condições após a intervenção da Sociedade Pólis Litoral da Ria Formosa são idênticas às que existiam antes no local, António Pina respondeu que são ainda melhores.
“A intervenção foi feita nos 200 metros de praia e está ainda melhor do que estava, quando foi feita a primeira intervenção da Sociedade Pólis, há mais de seis anos. Neste momento, a praia tem um areal ainda maior do que tinha”, disse o autarca.
António Miguel Pina lembrou, no entanto, que esta intervenção “já estava programada pela Sociedade Pólis, com objetivo de afundar barra e canais e fazer deposição de inertes na ilha”, e que o “trabalho ainda continua” porque está “cada vez mais a preocupar a forma e a disposição geográfica que a baía tem” na zona.
“Para este verão ainda se conseguiu abrir, porque tínhamos uma intervenção programada, agora se estes temporais e intempéries continuam a existir todos os anos, rapidamente temos que começar a pensar numa solução sistemática, que ou passa por ter uma dragagem todos os anos, com deposição depois de inertes, ou temos que parar para pensar e, apesar da pouca sensibilidade dos radicais do ambiente, a defesa da costa pode ter que passar por soluções mais duradouras ou mais musculadas do que pôr só areia”, considerou.
O autarca agradeceu à Sociedade Pólis a articulação feita com a câmara, “até desviando inertes de outras dragagens para, tão rapidamente quanto possível, repor esta situação”, e ao ministro do Ambiente, “pela cobertura política que deu à Pólis para o fazer” e pelos “outros 200 mil euros que o ministro disponibilizou para arranjos” na ilha da Fuseta e também na ilha da Armona.
A autarquia também destacou o facto de o concelho poder voltar a contar com uma área balnear das “mais procuradas de Olhão” e que “recebe anualmente mais de 200 mil pessoas”.