O programa deste ano das festividades de Nossa Senhora Piedade, popularmente conhecida como Mãe Soberana, incluiu no passado sábado a apresentação do processo de integração daquela manifestação religiosa no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial.
A candidatura do processo, apresentado na igreja de São Francisco pelo historiador e investigador João Chagas Aleixo, foi entregue na Direção Geral do Património Cultural, estando disponível para consulta na base de dados da inventariação do Património Cultural Imaterial (PCI), a MatrizPCI. O presidente da Câmara de Loulé, também presente no encontro que contou também com a participação de Ana Rosa Domingos, Divisão de Cultura e Museus do Município de Loulé, e de Vanessa Cantinho de Jesus, antropóloga, explicou que a ideia da candidatura foi do anterior executivo, mas levada agora a cabo como primeiro passo de apresentar depois uma outra candidatura a Património Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Agarrámos esse dossiê com muita força e conseguimos fazer um inventário para depois apresentar uma candidatura à UNESCO para classificar este património como cultural imaterial. Acreditamos que temos todas as condições para o fazer. O trabalho está apresentado e este é um caminho que vamos seguir no futuro porque corresponde a uma necessidade e a uma convicção profunda. Sinto que vamos levar este desígnio a bom porto e este objetivo será concretizado”, afirmou Vitor Aleixo, acrescentando que o trabalho foi levado a cabo por uma vasta equipa. “Todo o trabalho foi feito com os homens do andor, com antropólogos, com investigadores – e nunca me canso de sublinhar o papel do João Chagas Aleixo –, pela própria comunidade religiosa e com o concurso e a participação do Município de Loulé, através da sua Divisão de Cultura e Museus que tem bons técnicos”, explicou.
A paróquia de São Clemente de Loulé, que é a entidade proponente da candidatura, aguarda agora o despacho oficial do processo pela Direção Geral do Património Cultural.
Recorde-se que a Diocese do Algarve também já solicitou à Santa Sé que Nossa Senhora da Piedade, popularmente conhecida como Mãe Soberana, seja declarada sua co-padroeira, juntamente com o diácono e mártir, São Vicente, e o processo está a seguir os trâmites normais.