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© Samuel Mendonça

Quase 1.900 escuteiros algarvios do Corpo Nacional de Escutas (CNE) convergiram no último sábado para Silves para celebrar o Dia de Baden-Powell (BP), o fundador mundial do escutismo, precisamente no dia do seu 157º aniversário natalício.

Promovido pela Junta Regional do Algarve do CNE, este ano através do Agrupamento 181 de Silves que comemora o 50º aniversário de fundação, o dia, que teve como imaginário a conquista de Silves aos mouros, iniciou com a eucaristia, pela manhã, na FISSUL. A celebração foi presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e concelebrada pelo assistente nacional do movimento, o padre Luís Marinho, pelo assistente regional do CNE, o padre António de Freitas, e por muitos dos sacerdotes assistentes dos 32 agrupamentos algarvios do movimento escutista.

Na eucaristia, D. Manuel Quintas exortou os escuteiros a “viver a vida como dom e serviço para os outros”.

O padre Luís Marinho destacou a importância do legado do fundador do movimento. “Por Baden-Powell temos acesso a essa raiz que nos liga à vida: Jesus. Tudo o que aprendemos no escutismo só nos pode ajudar a sermos homens e mulheres livres. Foi para isso que Baden-Powell fundou o escutismo”, afirmou, exortando os escuteiros a “ganhar asas” para serem “livres” para irem “mais longe e mais fundo” na sua vida.

O chefe regional do Algarve, José Cercas Vicente, agradeceu o apoio de diversas entidades na realização da atividade e a presença de todos e o chefe do agrupamento de Silves, José Manuel Costa, agradeceu a todos os dirigentes que passaram pelo agrupamento e que permitiram que tivesse chegado aos dias de hoje.

Após a celebração, o Dia de BP teve continuidade com o desfile dos escutas pela baixa da cidade com a participação de uma orquestra de percussão, seguindo-se o almoço.

De tarde, os escuteiros participaram em atividades pela cidade para as quatro secções escutistas: Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros (no caso do ramo terrestre) e Lobitos, Moços, Marinheiros e Companheiros (no caso do ramo marítimo).

Os Lobitos (escutas entre os 6 e os 10 anos de idade) recrearam um “souk” (mercado árabe), promovendo nas diversas bancas – assinaladas com espantalhos realizados pelos diversos agrupamentos – a troca de produtos agrícolas que os participantes trouxeram.

Os Exploradores e Moços (escuteiros dos 10 aos 14 anos) realizaram um jogo pela cidade, através do qual puderam conhecer melhor alguns dos seus principais monumentos.

Os Pioneiros e Marinheiros (escuteiros dos 14 aos 18 anos) “tomaram conta” do castelo, realizando uma mostra gastronómica de inspiração árabe, assim como uma demonstração das vestes e dos combates do povo muçulmano, entre outros aspetos relacionados com aquela cultura.

Os Caminheiros e Companheiros (escutas dos 18 aos 22 anos) realizaram uma atividade de serviço, dedicando-se à plantação de 50 árvores que reflorestou uma zona do concelho de Silves e participaram ainda num momento de reflexão e partilha que teve lugar na Sé.

Regressados à FISSUL, a jornada prosseguiu com uma festa, constituída por uma representação à época que incluído a evocação da venda de escravos e por danças árabes, e terminou com a cerimónia de encerramento e a “Canção do Adeus” entoada por todos.

Atualmente, o movimento escutista conta com mais de 25 milhões de elementos no ativo, dispersos por 216 países do mundo. O CNE foi fundado no dia 27 de Maio de 1923, por ação de D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga, e está atualmente presente em todas as dioceses de Portugal, registando um efetivo de 73.000 associados (59.000 crianças e jovens e 14.000 adultos), sendo que no Algarve são cerca de 2.200 pertencentes a 32 agrupamentos.