A proposta de orçamento para este ano apresentada pelo executivo foi chumbada na quinta-feira pela terceira vez, pelos vereadores do PS e da CDU que, em conjunto (4), ultrapassam o número de vereadores do PSD (3).

Desde novembro que a autarquia tenta fazer aprovar o orçamento sem sucesso, disse a presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, que classifica a atitude da oposição como sendo de “má vontade” e “arrogância”.

Contudo, os socialistas dizem que só farão aprovar o orçamento quando forem realmente tidas em conta as sugestões por si apresentadas, que visam reduzir a despesa, e quando a receita forem mais realistas.

Devido aos chumbos consecutivo ao orçamento que impedem a aprovação do mapa de pessoal e novas contratações, há 57 funcionários em risco de sair, disse a autarca.

Aquelas pessoas são funcionários que estão na iminência de entrar para o quadro de pessoal da autarquia e cujo processo está bloqueado devido à falta de orçamento, explicou a autarca.

“Quando tomámos posse a oposição disse-nos ‘se pensa que manda, não manda, agora já não tem a maioria’. E a ameaça tem vindo a concretizar-se”, revelou à Lusa Isabel Soares, que disse ter introduzido na proposta as alterações sugeridas pelo PS e CDU.

Segundo a presidente, a estratégia da oposição parece ser a de “aumentar a despesa e reduzir as receitas”, uma vez que as alterações apresentadas se referem sobretudo à atribuição de subsídios a instituições.

Em declarações à Lusa, um dos vereadores do PS na Câmara de Silves Fernando Serpa Cabrita afirmou que o orçamento apresentado "não é rigoroso" e que a "renovada proposta" é afinal "a mesma".

"Da segunda para a terceira versão, a Câmara reduziu apenas dois mil euros nas despesas", referiu, sublinhando que a decisão de chumbar três vezes o orçamento não foi tomada de "ânimo leve".

De acordo com o autarca, a receita de 48 milhões de euros prevista para 2011 é "irrealista", já que no final de novembro do ano passado a Câmara de Silves tinha apenas arrecadado 30 milhões.

A oposição tem chumbado as propostas em reunião do executivo, impossibilitando que as mesmas cheguem à Assembleia Municipal, disse a presidente, sublinhando que tal “nunca aconteceu” em 13 anos à frente da autarquia.

Lusa