O deputado do PSD eleito pelo Algarve considerou que a auscultação popular se justifica e que “a decisão ficaria sempre melhor fundamentada se pudesse ser tomada por um maior número de pessoas”. “Seria muito mais profundo até porque haveria de perguntar várias coisas (o casamento civil, a união civil e a adopção) e não apenas a única questão que neste momento está em cima da mesa”, justificou.

Bacelar Gouveia adiantou ainda que “PSD e CDS votarão a favor se o referendo for suscitado na Assembleia da República”. “Não sabemos quantos do PS vão conseguir fugir do colete-de-forças da disciplina de voto e há a incógnita do PCP do qual não sabemos a decisão”, acrescentou.

Já o advogado, especialista em direito matrimonial canónico, concordou “inteiramente” com os “argumentos de princípio” do deputado, mas disse ter “algumas reservas de ordem prática”. “A primeira foi o senhor que a apresentou ao elaborar a dificuldade da pergunta”, justificou, lembrando que dos três referendos já realizados em Portugal “nenhum foi vinculativo porque o eleitorado não aderiu em número suficiente”. “Tivemos este ano três eleições e podemos comparar o que aconteceu nesses processos eleitorais. As mais participadas pelo povo foram as eleições autárquicas porque as pessoas consideram-se próximas dos candidatos, propostas e problemas. Do Governo e Parlamento já se sentem menos próximas, mas ainda assim alguma coisa. Do Parlamento Europeu, absolutamente nada. Temo que nesta questão possa repetir-se a indiferentismo porque as pessoas podem achar que isto é um problema apenas dos homossexuais”, justificou.

Clique na foto para ver outras fotos