A CCDR frisou à Lusa ontem que a responsabilidade da remoção dos resíduos, “classificados como subprodutos animais”, é da Matadouro Regional do Algarve S.A. e, uma vez que a empresa faliu, do administrador de insolvência, que já foi notificado pela Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para tratar do problema.
Em causa estão os resíduos abandonados no matadouro situado na zona do Esteval, concelho de Loulé.
O jornal Público noticiou ontem que os subprodutos provenientes da atividade industrial do setor das carnes estão a ser usados como fertilizante agrícola e poderão a estar a contaminar solos e aquíferos.
Sublinhando que a autoridade competente, por se tratar de resíduos animais, é a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, a CCDR reconheceu que há “potencialidade de risco de contaminação de solos e recursos hídricos” e os resíduos têm que ter o “adequado encaminhamento para tratamento”.
“Apesar de não deter competências específicas sobre a matéria em causa, a CCDR Algarve já por diversas vezes instou a administração da insolvência a regularizar a situação”, frisou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
A Agência Lusa tentou contactar a diretora regional de Veterinária da Direção Regional de Agricultura do Algarve, mas Cristina Ferradeira está ausente da região e não foi possível estabelecer o contacto.
A ASAE remeteu esclarecimentos para a assessoria do Ministério da Economia, fonte que a Lusa também está a tentar ouvir, mas até ao momento sem sucesso.
O Matadouro Regional do Algarve foi encerrado em 2007 por ordem da ASAE, depois de terem sido detetadas problemas que podiam pôr em causa a saúde pública. A empresa proprietária não teve condições para corrigir os problemas e reabrir a estrutura, a única do género existente na região.
O edifício onde funcionava encontra-se abandonado e bastante degradado, depois de ter sido também consumido por incêndio em 2011.
No local ficaram os resíduos em causa, que estão, segundo a notícia do Público, a ser utilizados para fertilização, podendo contaminar solos e recursos hídricos.
Lusa