Na segunda-feira, a barragem de Odelouca estava a 65% da sua capacidade máxima, Bravura a 81,6%, Funcho a 34,2%, Odeleite a 78,5% e Beliche a 70,1%.
O presidente da Águas do Algarve observou que, além dos 282 milhões de metros cúbicos atualmente existentes nessas cinco grandes barragens, que garantem o abastecimento público e rega para agricultura, a empresa tem ainda autorização para captar 15,8 milhões por ano do grande aquífero subterrâneo Querença/Silves, que se encontra praticamente no máximo da sua capacidade.
“No total temos a possibilidade de utilizar 329 milhões de metros cúbicos nos próximos três anos”, contabilizou, adiantando que o consumo para abastecimento público dos últimos três anos contabilizou 203 milhões, correspondendo mais cerca de 100 milhões à agricultura.
No ano de 2009, o Algarve consumiu 71 milhões de metros cúbicos, em 2010 gastou 67 milhões e no ano passado 65 milhões.
Segundo Artur Ribeiro, esta previsibilidade só é possível porque, desde a última seca, no biénio 2004/2005, “a empresa fez o trabalho de casa”.
Parte desse trabalho consubstancia-se na construção de uma estação elevatória reversível, na zona central do Algarve, que permite a passagem de 600 litros de água por segundo entre o sistema composto pelas três barragens do barlavento (oeste) e o sistema Odeleite/Funcho, no sotavento (este).
De acordo com o mesmo responsável, as duas outras vertentes do “trabalho de casa” da empresa foram a construção de grandes captações de água para o aquífero Querença/Silves, nas povoações de Vale da Vila e de Benacite, ambas no concelho de Silves, e a construção da grande barragem de Odelouca.
“Sem Odelouca, hoje estaríamos com um problema grave”, sustentou, garantindo que os atuais 102 milhões de metros cúbicos face à capacidade máxima de 157 milhões (65%) "poderiam ser mais se não tivesse sido deitada água à ribeira nas várias fases de enchimento".
A barragem de Odelouca, cujo primeiro projeto data de 1977, começou a ser construída em 2001, mas a obra parou em 2003 devido a uma queixa de organizações ambientalistas em Bruxelas contra o Estado português e, mais tarde, devido a um contencioso entre a construtora e o Estado.
A gestão da barragem, inicialmente a cargo do INAG (Instituto da Água), foi entregue à Águas do Algarve em dezembro de 2006 e as obras recomeçaram em fevereiro de 2007, ficando concluídas em finais de 2010.