PortwayOs 12 trabalhadores do Aeroporto de Faro que tinham como função operar as pontes telescópicas (as ‘mangas’ de saída dos aviões), anunciaram ontem que vão avançar com um processo judicial contra a Portway.

Os trabalhadores, dispensados no dia 20 de abril e que, na sua maioria, estavam efetivos desde 2002, afirmam que foram informados do despedimento no próprio dia, uma atitude que classificam como “atroz” e consideram ilegal, razão pela qual vão avançar para a via judicial.

Em declarações à Lusa, João Marques, um dos trabalhadores que participou na vigília hoje realizada à entrada do aeroporto em defesa dos funcionários despedidos, disse tratar-se de uma “manobra” idealizada para travar futuras greves, que aconteciam sobretudo no período de verão e que registavam uma elevada adesão.

“Ao fim de treze anos de serviço, mandam-nos para a rua sem alternativa, não podíamos ir carregar malas ou empurrar carrinhos?”, questiona João Marques, sublinhando que os trabalhadores foram “eliminados” pelo facto de a administração da empresa recear que continuassem a fazer greves durante o verão.

João Marques, que exercia funções como supervisor, realça que os sete novos funcionários que substituíram os 12 despedidos em abril pertencem à Sotecnica, empresa para a qual eles próprios começaram a trabalhar, em 2002, altura da implementação das pontes telescópicas.

Durante a vigília, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), os trabalhadores concentraram-se junto à zona de partidas do Aeroporto de Faro erguendo um cartaz onde se podia ler “Trabalhadores da Portway/Vinci em luta contra despedimentos selvagens”.

Na semana passada, o presidente da ANA afirmou que a decisão de rescindir com a Portway no aeroporto de Faro, que levou à dispensa de 12 trabalhadores, foi tomada pelo diretor daquela infraestrutura, em busca de um serviço de “maior fiabilidade”.

A Portway, empresa de assistência em terra da ANA – Aeroportos de Portugal, tinha justificado a dispensa dos 12 operadores das pontes telescópicas dando como terminado o contrato de prestação de serviços com o aeroporto, a 20 de abril.

A empresa de ‘handling’ (assistência em terra) nos aeroportos de Portugal é detida pela ANA e, por isso, pelo grupo francês Vinci, que ganhou a concessão dos aeroportos portugueses.

Após a dissolução da empresa onde trabalhavam em 2007, os 12 trabalhadores foram integrados pela Portway mas nunca lhes foi atribuída categoria profissional.