© Samuel Mendonça
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Foram 35 os adultos que no passado domingo, o primeiro da Quaresma, pediram à Diocese do Algarve para serem admitidos na Igreja Católica na próxima Páscoa, com a receção dos três sacramentos da iniciação cristã: batismo, confirmação (crisma) e eucaristia.

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Os adultos, que confirmaram agora a sua intenção de querer ser cristãos, irão celebrar os três sacramentos na vigília pascal das respetivas paróquias e, para isso foram aceites pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, depois de propostos pelas paróquias de Almancil (1), Boliqueime (5), Cacela (3), Luz de Lagos (1), matriz de Portimão (1), Mexilhoeira Grande (1), Olhão (7), Paderne (1), São Clemente de Loulé (5), Sé de Faro (3), Silves (1), Tavira (3), Vila Real de Santo António (1) e do vicariato da Pedra Mourinha (2).

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Estes adultos iniciaram uma nova fase do seu catecumenado (preparação para a receção dos sacramentos da iniciação cristã) – a purificação e iluminação, – deixando de ser catecúmenos (designação dos candidatos aos sacramentos da iniciação cristã) para passar a ser eleitos, ou seja, escolhidos.

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A Igreja tem um percurso próprio para a iniciação cristã dos adultos que começa com um período de pré-catecumenado, com a manifestação do primeiro desejo de ser batizado. Segue-se o tempo de catecumenado, ligado de maneira particular à catequese, ao conhecimento da pessoa de Jesus, da Igreja e das verdades da fé cristã. Este tempo termina com o rito de eleição dos catecúmenos e a partir desse dia, a preocupação com os adultos já não é de ordem doutrinal, mas de ordem espiritual. São então convidados a uma caminhada mais intensa de ordem interior. Seguidamente à receção dos sacramentos da iniciação cristã, os neófitos (novos filhos) iniciam um período de mistagogia em que são inseridos na vida da Igreja.

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Dirigindo-se aos candidatos à iniciação cristã que com ele se reuniram numa sala anexa ao Seminário de São José, em Faro, D. Manuel Quintas explicou por que é que deveria ser ele a batizá-los. “Aquele que devia batizar os adultos na diocese é o bispo para significar que toda a Igreja se alegra com o adulto que decide receber o batismo”, justificou, acrescentando que “os párocos batizam os adultos por delegação do bispo”.

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Ao longo do encontro falou sobre o sentido da Páscoa, incluindo a simbologia do período de preparação que a precede – a Quaresma – e da caminhada de iniciação cristã (catecumenado), recuperada após o Concílio Vaticano II, que explicou ter origem nos primeiros séculos do Cristianismo. No encontro, em que participou também o cónego José Pedro Martins, vigário episcopal para a Pastoral, e o padre Flávio Martins, responsável pelo Sector da Educação da Fé dos Adultos da Diocese do Algarve, D. Manuel Quintas elucidou sobre o significado do jejum, da esmola e da partilha neste tempo litúrgico.

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Mais tarde, os candidatos inscreveram em livro próprio o seu nome, gesto que confirma a sua vontade em receber os sacramentos da iniciação cristã.

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Na celebração, na Sé de Faro, a Igreja-mãe da diocese algarvia, D. Manuel Quintas começou por sublinhar que o rito de eleição ali realizado quer também “significar a comunhão” com toda a diocese. “Toda a diocese é esta «mãe» que vos acolhe, acarinha e acalenta nesta última etapa que nos conduz a todos à vigília pascal e a vós, de maneira particular, à celebração dos sacramentos de iniciação cristã”, afirmou o prelado aos catecúmenos, acompanhados pelos seus padrinhos, garantes nesta sua caminhada de fé.

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O bispo diocesano desafiou os catecúmenos, agora eleitos, a fazer desta Quaresma um “tempo especial”. “Gostaria que este tempo da Quaresma fosse para vós um tempo especial, de particular presença de Deus na vossa vida”, afirmou, destacando a importância de darem “mais espaço” à escuta da palavra e à oração. “Eu vou estar muito unido a vós e podeis ter a certeza que também a nossa Igreja diocesana, particularmente através das vossas comunidades, vai estar unida a vós para que na vigília pascal possais saborear, interiormente, a alegria desta vida nova que nos vem pelo batismo e pela pessoa de Cristo”, concluiu.

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Os eleitos irão agora, durante os próximos domingos da Quaresma, celebrar nas suas paróquias os escrutínios e a tradição das entregas das orações do Credo e do Pai-Nosso e, na vigília pascal, a mais importante celebração para os cristãos, completarão a sua iniciação sacramental.

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A Quaresma é um período de 40 dias – excetuando os domingos -, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.