O título da presente reflexão designa as pessoas que gozam o peso da idade.

Infelizmente, no mundo ocidental do qual Portugal faz parte verifica-se um desrespeito e muitas vezes até, um certo desprezo pelas atitudes sábias e experiências, vivências dos mais velhos.

E é curioso verificarmos que noutras culturas quer ocidental, quer africanas se valorizam, se respeitam e se estimam os anciãos. Aliás, na cúpula da estrutura hierárquica social figuram sempre os mais velhos, sinal de respeito e de inteligência comunitária, porque para essas culturas a velhice e as barbas brancas são sinal de sabedoria.

Entre nós, repetem-se histórias de abandono de pessoas mais velhas quer em hospitais, quer nos bancos dos jardins…

E que dizer de tantos lares de terceira idade que proliferam por toda a parte, muitos deles, autênticos depósitos humanos, sem as mínimas condições do que concerne ao ambiente, à higiene e à saúde…

Quantas vezes também essas pessoas, que deram o seu melhor aos filhos, se sentem completamente sós, no silêncio do seu sofrimento, passando dias, semanas e meses sem receberem uma visita daqueles a quem proporcionaram todo o carinho, todo o amor do seu coração. Alguns para ali estão a viver, ou melhor, a vegetar sem outros horizontes que sejam esperar o fim e a paz que a morte acabará por lhes dar.

Quão bom seria se todos nós pudéssemos envelhecer no seio da família, na convivência de filhos e netos…

Infelizmente, nos tempos que correm, nas sociedades modernas verifica-se um grande fosso entre as gerações novas e as antigas, devido, sem dúvida à perda dos verdadeiros valores.

Por isso, hoje, para muitos não é mais valia termos connosco os familiares mais velhos, não é mais valia vivermos ou ouvirmos as lições de sabedoria, de prudência e de outras virtudes humanas e cristãs que esses familiares mais velhos nos podem proporcionar.
A nossa sociedade cada vez mais edonista, onde impera o materialismo prático, repele tudo o que possa envolver sacrifício e desconforto. Por isso, uma vez que a convivência e a coabitação com as pessoas idosas implica, muitas vezes, certas privações e renúncias, o melhor será o afastamento…

Por outro lado, e ainda bem, começam a surgir alguns movimentos e instituições que procuram encarar o problema dos mais velhos com sentido e responsabilidade, muito embora esses movimentos e instituições sejam apenas uma gota de água no imenso oceano das carências que por toda a parte se fazem sentir.

Há, contudo, uma certa esperança que as coisas venham a mudar e que o valor da Terceira Idade seja reconhecido quer ao nível familiar, quer ao nível social e político…

Todos temos a ganhar…